Enviada em: 21/05/2018

Atypical é uma série norte-americana que conta a história de um jovem dentro do espectro autista e o preconceito que sofria na escola. De maneira análoga, observa-se no Brasil a dificuldade que os portadores dessa síndrome enfrentam no que tange à inserção na sociedade.       Diante disso, é notável em nosso país a carência assistencial médica, assim como no âmbito informativo. Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, ao analisar a exclusão dos autistas no convívio social, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática. Apesar de ser um problema bastante recorrente, o autismo só foi implementado na Classificação Internacional de Doenças pela OMS em 1993. Logo, demonstra-se um histórico exclusivo, acarretando grande ignorância da população diante dessa doença que, segundo a ONU, afeta 70 milhões de pessoas no mundo, sendo 2 milhões de brasileiros.        É assegurada pela lei a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com TEA (Transtorno do Espectro Autista). O que vemos em nosso país, entretanto, é uma falha na assistência a essas pessoas, já que contamos com um ineficiente sistema público de saúde, onde é comumente observado diagnóstico e tratamento negligenciados e imprecisos, ou até mesmo falhos.        Ademais, o autismo é um problema que acomete muitas crianças (nem sempre diagnosticadas), tornando necessário o auxílio e acompanhamento delas por profissionais capacitados, principalmente na escola, pois muitas dessas crianças deixam de frequentá-la por não receber o devido amparo, o que implica em uma segregação cada vez maior desses indivíduos na comunidade.        Mostra-se eficaz diante desse cenário fragilizado, portanto, que a União, por meio do aprimoramento da gestão de recursos financeiros destinados à saúde de pessoas com TEA, insira novas tecnologias, afim de que haja maior precisão no diagnóstico e tratamento, para que sejam sanadas as necessidades desses indivíduos, como previsto na constitucionalmente. Outrossim, o Ministério da Educação, em parceria com as prefeituras, deve disponibilizar nas escolas, profissionais adequados para o acompanhamento de crianças autistas, para que tenham acesso a uma educação digna e uma convivência igualitária com outras pessoas. Aumentam assim as chances de se alcançar uma cidadania pragmática e realmente legítima e plural.