Enviada em: 23/05/2018

"O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles". Essa afirmação da filósofa francesa Simone de Beauvoir pode ser facilmente aplicada ao contexto dos desafios da inclusão de pessoas autistas no Brasil, já que mais espantoso do que a falta de programas educativos inclusivos é a naturalidade como a situação é tratada no país. Ademais, pode-se destacar entre os fatores que contribuem com essa realidade o baixo investimento governamental em campanhas de integração social e a lenta mudança de mentalidade populacional.    É inegável que a questão constitucional esteja entre as causas do problema. Sob a perspectiva de contrato social de Thomas Hobbes, é papel do Estado fornecer serviços básicos para a população, porém, infelizmente, a sociedade autista não é favorecida por investimentos do Governo na melhoria da inclusão em comunidade, sendo uma forma de auxiliar o aumento da segregação e do preconceito no país. Desse modo, a educação é um eficaz meio de agregação social, segundo Paulo Freire, mas, no Brasil, o ensino não é garantido para toda a população, além de não conter adaptações nos projetos pedagógicos para atender os alunos autistas, os quais deve ser planejados para atender a demanda dos estudantes, com a finalidade de diminuir os desafios de inclusão social da população autista no Brasil.     Entrementes, outro aspecto a ser avaliado é a participação da mídia na diminuição do preconceito existente no país, por intermédio de comerciais e programas educativos que incentivem o respeito com a diferença em sociedade e, também, ensinem maneiras para conviver com a situação. Outrossim, em 2012, alguns direitos foram assegurados com a lei de número 12.764, chamada de Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, como o direito de ir e vir sem sofrer preconceito e, principalmente, a educação. Porém, ainda há obstáculos a serem combatidos para garantir a inclusão de pessoas autistas no Brasil, como o precário sistema de ensino e a falta de campanhas públicas.    Com base no exposto e, em concordância com Newton, um corpo tende a permanecer em seu estado de movimento até que uma força atue sobre ele. Assim, a aplicação de uma força suficiente contra o percurso dos desafios de inclusão de pessoas autistas no Brasil é imprescindível e essencial para combatê-lo. A fim de integrar os indivíduos especiais na rede de ensino, é fundamental que o Governo em parceria à esfera Estadual e Municipal do Poder, deve elaborar um plano de implementação de novas escolas adaptadas para receber as pessoas autistas, com projeto pedagógico de ensino integrado, além de promover palestras para diminuir casos de preconceito e segregação no país.