Enviada em: 27/05/2018

De acordo com o sociólogo Émilie Durkheim, a sociedade é análoga a um "corpo biológico", composta por órgãos que interagem entre si. Desse modo, para que o organismo funcione de forma igualitária e coesa, é necessário que todos os direitos do cidadão sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não acontece, pois em pleno século XXI o país ainda enfrenta obstáculos no processo de inclusão de pessoas com autismo, levando à necessidade de caminhos que combatam tais práticas. Nesse contexto, dois aspectos fazem-se relevantes: educação e profissional.       É importante pontuar, primeiramente, o despreparo no campo educacional. Segundo o jornal O Globo, 13% de pessoas com deficiência compõem o quadro de ensino da educação básica regular no país e, quando essa pesquisa volta-se ao público autista, esse percentual diminui para 3%. Esse dado evidencia como a inserção de crianças e adolescentes com autismo é defasada em função do despreparo profissional para ensinar esses alunos com didáticas adequadas e acompanhamentos necessários que permitam o conforto do estudante no ambiente escolar. Dessa forma, ocorre de maneira inevitável o desestímulo do aluno em aprender e adaptar-se, gerando uma evasão escolar acentuada, aumento de problemas psicológicos e falta de atenção ao conteúdo ensinado.       É fundamental destacar, além disso, a inserção do autista no mercado de trabalho. Isso ocorre devido ao baixo número de vagas a portadores com deficiência e a relutância de algumas empresas em contratar profissionais com autismo os quais, mesmo com qualificação suficiente para assumir determinados cargos, são subjugados como incapazes devido ao desvio qualitativo na comunicação, interação social e uso da imaginação Desse modo, o número de profissionais aptos a trabalhar fora do mercado eleva-se em função de uma moderna forma de segregação a esse público, em específico, contrariando a Constituição Brasileira de 1988 a qual garante direito de trabalho a todo cidadão.       Entende-se, portanto, que a inclusão de pessoas com autismo é ainda um grande desafio que necessita de caminhos que combatam esses obstáculos. A fim de atenuar essa situação, é necessário que o Ministério da Educação crie mecanismo de capacitação profissional gratuita aos professoras do ensino público do país, como cursos à distância com estratégias de ensino à manutenção do interesse do aluno nas aulas e habilitação ao uso de recursos didáticos que facilitem o aprendizados. Ademais, as empresas em parceria com o Ministério do Trabalho devem criar seletivos de acesso para essas pessoas ao mercado, como programas de estágio de férias semestrais que verifiquem a aptidão do indivíduo ao cargo e sua adaptação ao ambiente, buscando analisar previamente a capacidade profissional do autista, antes de tomar conclusões precipitadas em detrimento da sua condição.