Enviada em: 23/05/2018

Segundo a Associação Brasileira de Autismo (ABA), uma a cada cem crianças nasce com o Transtorno do Espectro Autista. Embora a quantidade de pessoas com essa patologia seja elevada, o Brasil carece de políticas eficientes de inclusão para esses indivíduos. Nesse contexto, deve-se analisar como a falta de tratamento adequado e o preconceito influenciam na ineficiência de tais políticas.       A série "Atípico" aborda o autismo na vida de um adolescente, mostrando a carência do preparo das escolas para receber alunos com o transtorno. Na realidade brasileira, não é diferente. Isso acontece porque, na sociedade capitalista vigente, estar preparado para um plano educacional para tais alunos requer gastos maiores com mediadores e capacitações. Por consequência disso, hoje, há muitas instituições de ensino que não oferecerem tratamento adequado para os autistas. Tal fato comprovado por pesquisas do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil carioca, que mostram que, 48% dos autistas não encontram escolas preparadas.       Atrelado a isso, o preconceito é o principal responsável pela dificuldade de haver inclusão dos cidadãos com a patologia em foco. Ainda que o governo sancione leis que amparam esses indivíduos, a discriminação que ele sofrem está enraizada no país. Tal preconceito gera uma relação hierárquica em que os ditos "saudáveis" se sobrepõem aos autistas. Por consequência disso, muitos que possuem essa patologia têm maior resistência a relações sociais e possuem 30% a mais de chances de desenvolver depressão, segundo um estudo feito por psicanalistas da USP.       Torna-se evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para vencer os desafios da inclusão de autistas no Brasil. Em razão disso, o Ministério da Saúde, em parceria com escolas e universidades, deve oferecer mediadores e sessões de terapia aos indivíduos com o transtorno, através do investimento na capacitação de profissionais especializados a fim de que ocorra o tratamento apropriado. Ademais, cabe ao Governo Federal, em parceria com a mídia, propagar campanhas que visem desfazer as raízes do preconceito no Brasil, além de oferecer palestras em locais de trabalho que mostrem que a discriminação é crime e precisa ser combatida. Com isso, as políticas de inclusão seriam mais eficientes e os desafios iriam ao encontro da solução.