Enviada em: 24/05/2018

A série norte americana "Atypical" retrata a busca de  um adolescente com traços de autismo por independência. Dentro desse espectro a ficção imita a realidade ao reproduzir a árdua e difícil aventura de autoconhecimento tanto do jovem quanto da sua família. O processo de inclusão do autista enfrenta problemas no que tange o saber empírico, o conhecimento científico, além da quase inefetiva ação das políticas públicas brasileiras.         De acordo com estudos do Center of Deseases Control and Prevention estima-se que o número de portadores da Síndrome de Asperger no Brasil é cerca de 2 milhões. Entretanto, apesar da incidência relevante, apenas em 1993 a síndrome foi inserida,pela OMS, na classificação internacional de doenças. Este fato reflete o cenário de incerteza em que a doença está inserida: dificuldade de obtenção do diagnóstico e do tratamento. Se cientificamente pouco se sabe, empiricamente sabe-se menos ainda, os ambientes familiares e escolares -principais influenciadores no processo de formação de identidade e inserção social- não sabem lidar com as dificuldades do comportamento comprometido pela síndrome. .       Vale ressaltar também que a ineficácia da fiscalização, no que diz respeito a reserva de vagas no mercado de trabalho aos Portadores de Necessidades Especiais, segrega o portador de autismo, o deixando aquém do ambiente de trabalho, contrapondo o que garante a lei nº 12764: o acesso do portador de autismo aos mesmos benefícios das Pessoas com Deficiência.          Portanto, superar os desafios acima listados requer ações concretas. Primeiramente, as instituições educacionais devem promover entre a comunidade escolar palestras e  cursos acerca do transtorno, com o fito de conscientizar o discente e a família sobre os vários aspectos da doença. Por sua vez, o Estado deve aumentar o número de servidores para a fiscalização de vagas no mercado destinadas aos PNE, para que haja rigor na garantia do acesso dos autistas a condições dignas de trabalho.