Enviada em: 26/05/2018

Em virtude de seu caráter profusamente militar, o contexto social da cidade de Esparta, na Grécia Antiga, mostrou-se assustadoramente intolerante com deficiências corpóreas e psicológicas ao longo de nossa história, tornando constante, inclusive, o assassinato de recém-nascidos que apresentassem-as. Passados mais de quinze séculos desta terrível prática, ainda é deploravelmente perceptível, sobretudo em países subdesenvolvidos como o Brasil, que os espólios destes atos ainda perpetuam perante esta parcela da sociedade. Visto isso, tais ações denotam não somente um Poder ineficaz, mas também uma sociedade desestruturada e leiga.       É indubitável, porém, que diversos avanços foram conquistados desde a adição do autismo, em 1993, à CIDOMS (Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde). Pode-se mencionar, por exemplo, os direitos à saúde, educação e medicamentos adquiridos e resguardados pelo Estado. Contudo, cenários como a falta de funcionários aptos a suprirem as necessidades deste grupo social, assim como a ausência de um maior monitoramento legislativo e judiciário no que diz respeito ao exercício pleno destes direitos definidos à população autista demonstram a fragilidade de tais atos legislativos.       No que tange à sociedade civil, a perpetuação de comportamentos e pré-conceitos ligados ao público autista influenciam de modo direto naquilo que diz respeito à inclusão social deste público. Dos pretextos para tal preconceito, além do viés histórico, está a estereotipagem da figura do deficiente como alguém incapaz intelectual e fisicamente, características essas que "atrasariam" um corpo social normalmente caracterizado pelo individualismo exacerbado.       Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que o Poder Público, por meio do envio de recursos ao MEC -com apoio de instituições de apoio à deficientes intelectuais- promova palestras com o intuito de inclusão econômico-social destinadas a esse grupo social, ademais, é necessária a capacitação de profissionais, não somente para escolas, mas para quaisquer instituições, públicas ou privadas. Outrossim, ONGs devem, por meio da mídia, realizar campanhas e debates amplos, com o intuito de conscientizar a população no que diz respeito à capacidade e papel do deficiente em nossa sociedade, olvidando, gradativamente, de um passado nefasto e, buscando, acima de tudo, estreitar e harmonizar tal laço social. Poder-se-á, assim, visar uma sociedade realmente inclusiva no Brasil.