Enviada em: 06/07/2017

Uma vez que um dos grandes desafios do seculo XXI é diminuir a emissão de gás carbônico e, consequentemente, o aquecimento global, o modelo rodoviário adotado pelo Brasil não condiz com esse objetivo. Durante o governo de Juscelino Kubitschek foi priorizado o transporte rodoviário, que além de ter um elevado custo, se comparado aos outros meios, também é o que mais polui o meio ambiente e, ainda assim, anos depois o governo brasileiro não só continua a priorizá-lo, mas também não consegue torná-lo eficaz. Dessa forma, convém analisar a problemática da mobilidade urbana aliada ao baixo impacto ambiental no Brasil.    Em primeiro plano, é importante ressaltar que, por mais que o brasileiro tente aderir os meios de locomoção mais sustentáveis, na maioria das vezes, abandonar o carro, o mais poluidor, é uma atitude inviável devido à falta de infraestrutura dos grandes centros urbanos brasileiros para o acolhimento de veículos menos poluidores. O sistema de veículos públicos, por exemplo, que permite o deslocamento de um grande número de pessoas e uma diminuição no número de automóveis nas ruas, possui diversas adversidades como o fato de não atender toda a população e não respeitar os horários. Já o uso de bicicletas no Brasil, o meio mais ecológico, é impossibilitado pela ausência de ciclovias que interliguem os principais pontos das cidades e pela ausência de um significativo projeto de aluguel e estacionamento efetivo, como ocorre na Holanda, que conseguiu atenuar a liberação de CO2.   Ademais, acolher meios de transportes sustentáveis tem efeito direto na saúde pública de um país, priorizar a utilização de carros corrobora com a obesidade, com o sedentarismo e com várias doenças respiratórias, bem como eleva o nível de estresse dos cidadãos por causa dos engarrafamentos cotidianos. Seguindo esse raciocínio, a carência de incentivo e orientação, por parte das escolas e dos familiares, às crianças e aos jovens a fim de que eles prefiram bicicletas e transportes coletivos como jeito de garantir saúde e menor impacto ambiental é outro grande obstáculo à mobilidade sustentável.   É evidente, portanto, a necessidade de mediadas que mitiguem o impasse. Cabe ao Ministério do Transporte investir na infraestrutura das cidades brasileiras para que elas possam receber outros meios de transportes menos poluidores, como bicicletas e metrôs, por meio da criação de ciclovias e da ampliação de linhas, por exemplo, assim a utilização desses se tornaria mais acessível e possível. Cabe ao Ministério da Educação, por sua vez, através dos meios midiáticos e das escolas, disseminar propagandas, campanhas, palestras que instiguem os indivíduos a diminuírem a frequência de uso dos automóveis e a aderirem outros meios de locomoção, esse órgão também deve possibilitar o investimento em jovens com propostas inovadoras, ecológicas e aplicáveis à realidade brasileira.