Enviada em: 15/08/2017

O dia 23 de maio de 2014 ficou marcado com um recorde negativo da mobilidade urbana brasileira. 344 km de lentidão na maior metropóle do nosso país. Essa marca é um exemplo agudo da situação caótica enfrentada pelo moradores da capital paulista e de tantas outras cidades do Brasil, nas quais a construção socioespacial e falta de políticas públicas prejudica o direito de ir e vir da população e transforma a locomoção em um desafio desgastante e demorado.      Antes de tudo, é preciso considerar que, a baixa locomobilidade pode ser atribuída a herança histórica-político-social rodoviarista do país. Desde a Era Vargas passando por JK, e militares, o Brasil investiu pesado na utilização de meios de transporte terrestres. Principalmente no que diz respeito aos veículos automotores. Por consequência disso muitas outras possibilidades de transporte mais baratas, menos poluentes e mais eficientes como o aquaviário foram deixadas de lado pela inciativa privada, poder público e população. Podemos ainda dizer que o vertiginoso processo de urbanização por qual o país passou no século XX, motivado pelo forte exôdo rural, corroborou para uma ocupação inadequada do espaço nas cidades, fazendo com que a população tenha que se deslocar de longas distâncias diariamente para fins diversos. É perceptível então, que o problema enfrentado hoje, é consequência direta de um equivocado modelo de gestão adotado no passado.    Outrossim, é possível salientar que, o Brasil possui graves problemas estruturais na área. A presença rara de ciclofaixas nas cidades e a falta de educação dos motoristas dificultam a vida de quem tenta usar a bicicleta como opção barata e de baixo impacto ambiental para se locomover. Também é importante deixar claro que, segundo estimativas do governo é preciso investir cerca de 235 bilhões no transporte público para que esse atinja uma qualidade aceitável, uma vez que, a situação atual do mesmo leva as pessoas a optarem frequentemente pelos carros particulares na hora de sair de casa. Esses aspectos tornam o trânsito gradativamente pior e é ponto de preocupação no que diz respeito a preservação do meio ambiente.   Diante do exposto, podemos concluir que, a mobilidade urbana urge por melhorias que estejam ao lado dos direitos humanos. Da parte estatal, com subsídios deve-se invenstir maciçamente em transporte público de qualidade e promover campanhas juntamente com a mídia propagandista para incentivar o corpo social à adotar meios de condução coletivos, carona solidária e bicicletas. Do ponto de vista individual, os cidadãos devem ser favoráveis as recomendações estatais e se manter na cobraça por melhorias nas cidades. Somente assim, aliando-se essas duas esferas dias como 23 de maio de 2014 ficarão apenas nos livros de história.