Enviada em: 16/10/2017

Desde o surgimento do capitalismo moderno, esse sendo um conceito analítico em Weber e não um fenômeno historicamente datado, que o sistema de transporte brasileiro tem contribuído para o crescimento econômico do país. Porém, mesmo com o avanço quanto civilização, a sociedade brasileira hodierna, como em uma narrativa kafkiana, assiste perplexa ao constante caos gerado pela falta de integração dos transportes de baixo impacto ambiental. Isto ocorre em virtude de uma ineficiência educacional em consonância com a deficiência coercitiva do Estado.       Com efeito, a mediocridade no ensino da educação para o transporte faz com que haja a disseminação de estruturas que privilegiam os transportes terrestres individuais. É possível constatar este fato ao notar que, na Base Nacional Comum Curricular, não estão inseridas disciplinas que versem sobre os diversos modais e suas respectivas formas de integração. Nesse sentido, de acordo com uma análise foucaultiana, o ensino se torna mecanicista ao invés de social.       Outrossim, mesmo a constituição cidadã de 1988 tendo gerado grandes avanços, a mansuetude tanto nas leis quanto na aplicação dessas, faz com que o ambiente se torne propício para estagnação da rede de outros modos de deslocamento. Para Karl Marx, as condições materiais de uma estrutura social condicionam as relações entre os seus componentes. Desta forma, o arcabouço de dispositivos legais vigentes deve nortear os atores sociais para o convívio harmônico.       É essencial, portanto, que medidas sejam tomadas a fim de promover o uso dos meios de transportes de baixo impacto ambiental. Para isso, o Governo, por meio de seu poder bicameral legislativo, deve instituir uma lei que conceda descontos aos meios de deslocamento que não emitem poluentes atmosféricos, com o fito de estimular a compra e o uso desses modais. Ademais, urge que ONGs, em sua função social, promovam campanhas acerca da importância e dos benefícios da integração modal. Sob tal perspectiva, criar-se-à um Brasil ecologicamente responsável.