Enviada em: 18/09/2017

É notória a necessidade de analisar o viés da mobilidade urbana no Brasil. Diante disso, a predominância de uma população majoritariamente urbana tornou-se uma realidade no país desde os últimos censos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todavia, os investimentos vêm mostrando-se insuficientes, acarretando insuficiência transitória, principalmente nas grandes metrópoles. Por essa razão, faz-se necessário traçar os desafios da mobilidade urbana.           Em primeiro plano, é pertinente ponderar que o modelo rodoviarista instituído por Juscelino Kubitschek em meados da década de 1940, impulsionou a aquisição e a circulação de veículos. Entretanto, os investimentos na infraestrutura das cidades não seguiram como fator prioritário dos governos subsequentes, o que acarretou um sério problema a longo prazo. Sob esse espectro, a existência de ruas e calçadas estreitas, faz com que os indivíduos transitem pelas próprias ruas, o que diminui a fluidez do trânsito. Outrossim, a ausência de ciclovias e ciclofaixas em algumas áreas, também é fator somatório para a ineficiência das vias públicas, ao passo que as bicicletas compartilham o mesmo espaço com os veículos. À vista de tal preceito, a falta de investimentos configura-se como fator contributivo para a manutenção da problemática.           Por outro lado, o sucateamento do transporte público no que tange a falta de conforto e segurança, e a demora no deslocamento, são alguns dos motivos que levam o cidadão brasileiro a optar pelo transporte individual em detrimento ao coletivo. Nesse âmbito, os entraves existentes no transporte público não somente impactam diretamente a qualidade de vida dos usuários, como fere o direito de ir e vir estabelecido pela Carta Magna. Contudo, um dos precursores da problemática é o interesse econômico em supremacia pelo político, em uma ótica capitalista que visa a incessante comercialização de automotores, sem a preocupação com a fluidez do trânsito, o que concebe ao campo político abarcar a falta de fiscalização e cobrança perante às empresas de transporte              Logo, fazem-se necessárias ações interventoras. O Ministério do Planejamento em parceria com as Autarquias Municipais deve estabelecer um paralelo sobre a necessidade do redirecionamento dos recursos para a reurbanização das vias públicas, visando a instalação de ciclovias e ciclofaixas; e a readequação das calçadas e ruas contribuindo para uma melhor realidade do fluxo. Ao Ministério Público, compete fiscalizar e cobrar melhores condições de transporte das empresas que operam coletivos, com o fito de garantir mais qualidade e dignidade aos usuários. Por fim, as ONG's em parceria com a mídia devem promover campanhas que incentivem os indivíduos a utilizarem meios alternativos de transporte, como caronas e bicicletas, para a diminuição da obstrução do trânsito. rapidez do trânsito.