Enviada em: 19/09/2017

Dinâmica de Parmênides    Na Dinâmica, os conceitos aceleração e velocidade são classificados de acordo com as forças atuantes nos corpos. Infelizmente, tais noções físicas não podem ser aplicadas ao contexto dos movimentos nas rodovias, visto que, milhares de cidadãos acompanham progressivamente a falta de mobilidade nos centros urbanos e suas centrais consequências envolvidas.      Com a implantação do Estado Novo, na década de 30, a industrialização tornou-se prioridade nacional. Entretanto, políticas voltadas a um planejamento urbano não só foram deixadas de lado, como também ocuparam eixos secundários, ainda hoje vistos. Isso se explica pela falta de fluidez nas avenidas, marcadas por cidadãos cada vez mais impulsionados ao consumo, uma vez que, anualmente, estes adquirem veículos vistos como obsoletos e ignoram novas alternativas de transportes pelas cidades. Tal fato compromete o perímetro urbano e, consequentemente, aumenta os riscos de acidentes, já que é a partir de um grande número de veículos nas ruas que as chances de colisões aumentam, como é confirmado com os dados da OMS que revelam que, apenas em 2013, 41 mil pessoas perderam suas vidas nas rodovias.     Ademais, já afirmava o pré-socrático, Parmênides, que o ser é imóvel por natureza. Tal afirmação pode ser anexada à realidade de milhares de trabalhadores brasileiros, revelando, desse modo, um grave problema social oriundo da escassa mobilidade. Para ilustrar tal situação: segundo o site O Vale, 40% dos trabalhadores levam, em média, de cinco a seis horas para deslocarem-se aos seus ofícios. Tal número configura um grande grupo de servidores que dispõem de poucas horas de descanso e de convivência em suas residências, tornando-se mais estressados e menos dispostos em suas vidas.       Por fim, é fundamental que novas medidas possibilitem um saudável fluxo de pessoas e de serviços pelas avenidas. Para isso, a Mídia, em parceria com os cidadãos, deve organizar campanhas acerca das noções de pedágio urbano, carona solidária e de transportes alternativos - como a bicicleta - para que os cidadãos analisem o impacto que seria causado pelo aumento de tributos por automóveis e pela importância da redistribuição dos transportes nas cidades. Além disso, o Estado deve fiscalizar o fluxo de frotas pesadas durante a noite, restringindo o tempo de circulação de caminhões, para que milhares de trabalhadores ganhem comodidade entre seus percursos e as ruas vejam a tão desejada fluidez e a velocidade analisada pela Dinâmica.