Enviada em: 18/09/2017

Ponto Morto     "Governar é abrir estradas". Essa máxima, proposta pelo ex-presidente Washington Luís, evidencia a estreita relação entre o desenvolvimento de um país e o investimento no setor de locomoção. A posteriori, Juscelino Kubitschek deu continuidade à premissa, tenso seu governo marcando seu governo com a construção da indústria automobilística. Apesar do intenso processo de urbanização ocorrido durante a década de 60, o desenvolvimento não foi acompanhado por efetivos sistemas de mobilidade, por vezes, preteridos pelo Estado. Cabe, portanto, analisar os efeitos desta problemática.        Em primeiro lugar, é necessário pontuar que o Brasil ainda vive a influência do ideal modernista de urbanismo, no qual as cidades são planejadas em função do carro, favorecendo, assim, a cultura do egomóvel, visto que a obtenção do automóvel, por vezes, não tem finalidade funcional, mas de exibição, servindo como símbolo de ostentação. O amplo apoio dado pelo governo na compra desses veículos, como "IPI reduzido" contribui para o aumento percentual da frota, e, consequentemente, para a dificuldade de acessibilidade nas áreas urbanas. A probemática persiste nas calçadas, pois o significativo número de carros não são proporcionais ao espaço disponibilizado em diversas cidades. Assim, motoristas estacionam em calçadas e dificultam a acessibilidade dos pedestres. Há, na verdade uma reação em cadeia.    Contudo, o status não é o único motivo para que os cidadãos brasileiros optem pelo carro. Na verdade, o fator predominante para a recusa dos veículos CONSISTE na ínfima qualidade dos transportes públicos, no que tange, não apenas a infraestrtura desses, como também o tempo de viagem, a segurança e a qualidade defasada das vias destinadas para tais. Uma pesquisa realizada pelo IBOPE demonstra que a população se mostrou receptiva à ampliação do sistema de transporte público, considerando que 90¢ dos entrvistados se colocou favorável a ideia e, ainda, 83¢ afirmou que passará a uilizar os serviços, caso atenda às suas expectativas. Diante disso, é notório que a mobilidade urbana .... Para que isso ocorra, a União deve intensificar e investir em projetos como o BRT, que tornou Curitiba uma referência internacional no que diz respeito aos distintos sistemas de integração. Além disso, a guarda municipal deve concentrar seus esforços em fiscalizar, de forma efeitva, o estacionamento de carros em calçadas, de forma que não inviabilize a passagem do pedestre. Dessa forma, será possível sair do "ponto morto" dos projetos de mobilidade urbana no Brasil.