Enviada em: 19/09/2017

No governo do ex-presidente Juscelino Kubitschek, por meio do plano de metas — 50 anos em 5 — houve massivo investimento no setor rodoviário. Entretanto, o modelo adotado pelo governante ignorou o fato do Brasil possuir dimensões continentais. Dessa maneira, evidencia-se a necessidade de reverter esse quadro, fruto de raízes históricas e políticas.       Não se pode negar a ligação da urbanização desordenada com o problema, visto que o processo de êxodo rural, intensificado no século XX, gerou o inchaço urbano nos grandes centros. Essa questão provoca diversos impactos no Brasil hodierno. Um deles: aumento dos casos de rinite alérgica, além do estresse ocasionado pela espera no trânsito. Outro: lentidão na entrega de encomendas, negativo para os comércios e, também, para a sociedade. O último: potencialização do aquecimento global e o buraco na camada de ozônio, ambos prejudiciais ao ser humano.          Cabe ainda pontuar os fatores que impedem a solução desse desafio. Dentre eles, está a ineficiência do Plano Nacional da Mobilidade Urbana, uma vez que há o descumprimento das metas estabelecidas, como a acessibilidade universal e efetividade na prestação de serviços relacionados ao deslocamento urbano. Além disso, há pouco investimento noutras modalidades de transporte, haja vista a prioridade no setor rodoviário pelos governantes brasileiros. Soma-se a isso, problemas nas vias públicas, como falhas no calçamento e buracos no asfalto.                    Vê-se, portanto, o Brasil carece em mobilidade urbana eficiente. A fim de atenuar esse quadro, cabe à esfera estadual construir ciclovias e ciclofaixas, além da manutenção das existentes, com o intuito de viabilizar o uso da bicicleta como alternativa ao engarrafamento. Ainda nessa proposta de ação, o governo do estado precisa fornecer melhorias no transporte público, por exemplo, por meio da implementação de vias expressas e mais pontos de ônibus. Por fim, a esfera municipal precisa aderir ao projeto “Calçada Cidadã” — política pública que promove a padronização das calçadas — de modo a facilitar o deslocamento de todos.