Enviada em: 22/09/2017

Em decorrência das transformações no espaço urbano, a mobilidade surge como o eixo de integração populacional. Assim, a veiculação dos meios de transporte está agregada ao crescimento demográfico nas grandes cidades. No entanto, a disponibilidade quantitativa de veículos privados é tão inócua para o acesso democrático da população quanto para o fluxo do trânsito. Logo, os fatores que inviabilizam a acessibilidade juntamente com o tráfego acentuado corroboram nos desafios da mobilidade urbana no Brasil.        À vista dos processos desenvolvimentistas do século XX, o êxodo do campo para as cidades consolidou-se no território nacional. Consequentemente, o processo migratório do tralhador rural em razão da industrialização provocou o inchaço dos grandes centros urbanos, o que resultou na iminência de questões como o desemprego e a mobilidade. Isso posto, a dinâmica sócio-espacial das metrópoles brasileiras na atualidade propicia o fluxo excedido de veículos privados.        Para além dessa premissa, a estratificação social que caracteriza a sociedade brasileira implica a necessidade de meios estatais para a locomoção dos moradores entre as áreas centrais e periféricas da cidade. Contudo, o transporte público não é de fácil acesso a toda a população, como observado nas greves de 2013 pela diminuição dos preços agregados a ele. Nessa perspectiva, a democracia deve corresponder a uma "distribuidora de igualdades indiferentemente a iguais e desiguais", como afirma Platão.        Portanto, a fim de democratizar o transporte público e amenizar o trânsito acentuado nos centros urbanos, é preciso que o Estado interfira ativamente. Para isso, o Governo Federal deve aprimorar e ampliar a alternância de veículos circulando por dias da semana por meio da fiscalização das placas delimitadas. Ademais, é preciso que os prefeitos das cidades com maior veiculação de transportes públicos altere os preços para os moradores para que o acesso a eles seja viável a todos.