Enviada em: 24/09/2017

O emprego de ferrovias no território brasileiro teve importante impacto econômico, mas assim como a locomotiva a vapor colocou em xeque os veículos puxados por animais, na I revolução industrial, o automóvel surgiu deixando-a em desvantagem. Apostando na criação de Henry Ford, o ex-presidente Juscelino Kubitschek incentivou a indústria rodoferroviária, não levando em consideração a extensão territorial do nosso país e nos possíveis problemas futuros. O grande número de veículos individuais e a baixa busca por meios de transporte alternativos dificultam a locomoção urbana no Brasil. Diante desse cenário, medidas para amenizar essa problemática se tornam necessárias.     O direito de ir e vir, assegurado pela constituição de 1988, encontra dificuldades quando o assunto são nossas estradas. Com uma passagem cara, sempre lotados e com uma estrutura precária, o transporte público diariamente é alvo de críticas da sociedade que, para ter mais comodidade e incentivada pela redução dos impostos, acaba adquirindo um carro. Infelizmente, grande parte da população tem esse mesmo pensamento, o que resulta em constantes engarrafamentos nas grandes cidades. Segundo o portal de notícias G1, o brasileiro perde cerca de 1,5 mês no trânsito, o que se reflete de forma extremamente negativa na saúde.     Além disso, por conta da nossa herança de estradas e do nosso relevo não ser favorável, o cidadão não busca outros modos de locomoção se não a automobilística. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 67% da população utiliza o carro próprio e, na maioria das vezes, sozinho, contribuindo para o aumento dos graves problemas urbanos. Apesar de grandes incentivos para o maior uso de bicicletas e transportes coletivos, ainda prevalece o modelo enraizado do século XX, sem ser pensado nos grandes benefícios que essas pequenas mudanças podem fazer por toda a sociedade brasileira.     Fica evidente, portanto, que mudanças devem ocorrer no país. O Governo deve se inspirar em modelos dos países desenvolvidos da Europa, como a Holanda, estimulando a compra de bicicletas por meio de redução de impostos - assim como faz com os carros - e ampliando o espaço destinado a esse transporte, resultando em um maior fluxo de viagens e melhorando a qualidade de vida da população. Somado a isso, ainda deve fazer investimentos na infraestrutura dos transportes coletivos e, unindo-se a mídia, criar campanhas publicitárias para a máxima adesão desses transportes de massa, reduzindo o tempo no trânsito para o menor possível.