Enviada em: 24/09/2017

Durante o Governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960), em seu "plano de metas", houve um grande investimento no transporte rodoviário no Brasil. Desde então, o país passou a apresentar diversos desafios de mobilidade urbana, advindos, principalmente, do elevado número de veículos nos centros urbanos e da precária infraestrutura da maioria das cidades. Logo, faz-se necessário buscar caminhos para superar esses desafios.      A princípio, o excesso de carros particulares nas cidades é determinante para a crise na mobilidade urbana. Esse excedente se deve, em grande medida, às facilidades oferecidas pelas concessionárias para aquisição de veículos, como a redução de impostos, opções de parcelamento e baixas taxas de juros. Além disso, a péssima qualidade dos transportes coletivos, marcados pela lentidão e pela superlotação, é outro fator que induz os cidadãos à optarem por automóveis próprios. Afinal, em tempos de "modernidade líquida" - conceito criado pelo sociólogo Zygmunt Bauman que caracteriza o imediatismo das relações cotidianas - as pessoas desejam rapidez no dia a dia.      Em segundo plano, a precariedade da infraestrutura dos centros urbanos agrava, ainda mais, esse preocupante cenário. Apesar de o número de carros aumentarem exponencialmente nas últimas décadas, tal aumento não foi acompanhado, no mesmo ritmo, pelo desenvolvimento estrutural da malha rodoviária. Nesse sentido, tornou-se comum haver engarrafamentos nas grandes e, até mesmo, nas médias cidades. Dessa forma, a parcela da população que vive nas periferias acaba perdendo boa parte do seu tempo no trânsito, visto que as ofertas de emprego encontram-se, quase sempre, nas áreas centrais das cidades.      O excesso de veículos e a infraestrutura precária são, portanto, os principais desafios da mobilidade urbana no Brasil. Por conseguinte, o Governo Federal, através das emissoras de TV aberta e das redes sociais, deve divulgar campanhas incentivando os transportes alternativos, como o coletivo, as bicicletas e as caronas solidárias, visando desafogar o trânsito. Ademais, as Prefeituras, com aporte financeiro da União, devem investir em arquitetura e urbanismo, a fim de aprimorar a estrutura das cidades, através da criação de rotas alternativas, principalmente nas localidades de maior fluxo veicular.