Enviada em: 30/09/2017

A revolta do vintém, no século XIX, mostrou a importância de um transporte público de qualidade no Rio de Janeiro. Nessa manifestação, bondes foram vandalizados devido ao aumento das passagens desse meio de transporte. Dois séculos depois, o Brasil ainda sofre com problemas de mobilidade urbana. Nesse sentido, o direito de ir e vir no Brasil fica comprometido, visto que os meios de transporte são deficitários, devido à baixa variedade de modais e à precária qualidade do transporte público.    Em primeiro plano, a pouca diversificação dos meios de transporte no Brasil deve ser analisada sob uma perspectiva histórica. Nesse sentido, JK, na década de 50, instituiu o rodoviarismo como a forma hegemônica de locomoção. Assim, meios mais eficientes de transporte de massa foram deixados de lado, como as ferrovias e as hidrovias. Desse modo, o uso excessivo de carros causou a saturação das vias urbanas brasileiras, tornando a mobilidade urbana eficiente uma realidade distante.    Trocando de marcha, a baixa qualidade dos meios de transporte público atrapalham a vida do brasileiro. Nessa perspectiva, as viagens diárias da população acabam se tornando um martírio, devido a falta de ar condicionado e a superlotação. Por causa desses problemas, o uso do transporte público acaba se tornando exclusivo da população mais pobre, pois ela não tem condição de bancar um carro, que seria mais confortável.   Torna-se evidente, portanto, que os desafios da mobilidade urbana no brasil são principalmente a ênfase no rodoviarismo e a precária infraestrutura de transportes. Para solucionar essa problemática, medidas são necessárias. Nesse sentido, as secretarias de transporte municipais devem investir na intermodalização, por meio da criação de ciclovias e metrôs, para diminuir a saturação das rodovias. Além disso, a mídia, aliada à participação cívica, deve veicular denúncias de ônibus em condições precárias, a fim de pressionar as empresas de viação a tomar providencias. Apenas assim, casos como a revolta do vintém poderão deixar de ser, analogicamente, tão atuais.