Enviada em: 30/09/2017

Um longo caminho para a mobilidade      A responsabilidade dos governos locais e da União pela ineficiência do transporte público, do trânsito caótico nos centros urbanos, nas rodovias e o impacto econômico e social de tudo isso para o cidadão é inegável. Essas deficiências são reflexo de planejamentos governamentais ineficazes, voltados a curto prazo, para resultados relativamente rápidos, de caráter muitas vezes eleitoreiro. São obras que normalmente não se alinham com outras políticas públicas para a sociedade como o plano diretor estratégico dos municípios criando situações que muitas vezes acabam por agravar o problema já crítico da mobilidade. Aliado a esse problema temos a falta de recursos financeiros, seja por carência de planejamento ou por efeito da corrupção, que impossibilita a conclusão de obras e projetos voltados ao transporte.       Mister se faz portanto uma mudança total de paradigmas. Da criação de políticas de mobilidade voltadas para o longo prazo, com maior interação a outros projetos econômicos e sociais, ao incentivo de transportes alternativos ao rodoviário como ferrovias, por exemplo, que possuem inicialmente um custo de implantação elevado mas que a longo prazo implicam em maior economia.       A responsabilidade da mobilidade urbana não está restrita ao poder público. A sociedade como principal interessada na questão deve desempenhar o seu papel fundamental para orientação dos rumos da política de transportes no país através do engajamento, promovendo a adoção das medidas acima sugeridas pelos governantes. A sociedade brasileira tem demonstrado maior participação na vida política através de manifestações em todo país contra a corrupção. O mesmo pode ser feito com relação as políticas públicas, com participação intensiva da imprensa.       A revogação de decreto do governo que ameaçava reservas na região Amazônica após grande repercussão na mídia é o exemplo mais recente do poder de influência da sociedade brasileira.