Enviada em: 30/09/2017

Imobilidade urbana   Desde o século XIX, com a Revolta do Vintém, os brasileiros mostram insatisfação com o preço e a qualidade do transporte público. Para evitar atrasos, superlotação e péssimas condições físicas de trens e ônibus, além da insegurança de andar a pé ou de bicicleta nas ruas, a maioria das pessoas opta pelo uso do carro particular.   Nesse sentido, é possível observar que os transportes coletivos ficaram sem investimentos em qualidade enquanto o país crescia, foi o que fez com que o carro se tornasse o sonho de consumo de toda a população em ascensão.    Com a crise de 2008, as chances de realização desse sonho aumentaram por causa da redução do IPI (Imposto sobre produtos industrializados), que visava incentivar a aquisição de carros. Esses veículos, ao se deslocarem no mesmo grande fluxo de todos os dias, causam um problema para a mobilidade urbana: enormes congestionamentos que são cada vez mais frequentes.    Pode-se ressaltar, portanto, que esse problema está intimamente ligado ao fato de serviços e empregos estarem concentrados em pólos, em vez de espalhados pelas cidades, ocasionando um grande fluxo diário de carros, e ao descaso com os transportes de massa, que deveriam ser eficientes em evitar o excesso de veículos privados nas ruas.    Nota-se, pois, a necessidade de melhora na mobilidade urbana. Portanto, é necessário que o Governo Federal realize uma reforma urbana para que os moradores das grandes cidades não precisem optar pelos carros. Tal reforma deveria ser por meio da desconcentração de serviços e empregos; redução de intervalos nas linhas de transporte coletivo; organização de rodízios pelo governo – como já acontece em São Paulo – e do aumento da tributação sobre a compra de veículos particulares, cuja arrecadação poderia ser revertida em publicidade para educar os cidadãos quanto às questões que viabilizam a melhoria da mobilidade urbana.