Enviada em: 13/10/2017

A industrialização brasileira, impulsionada sobretudo no século XX, acarretou em uma urbanização acelerada e sem planejamento, comprometendo a conjuntura socioambiental do país. Atualmente, um dos problemas mais visíveis dessa urbanização intensa é a mobilidade urbana nas grandes cidades, visto que ainda não foi possível garantir uma mobilidade adequada aos portadores de deficiências especiais e conciliar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade, o que gera impactos sociais e ambientais no Brasil.  É indubitável que pessoas com deficiência enfrentam diariamente barreiras que limitam seus direitos de ir e vir. Embora a Lei de Acessibilidade estabeleça que todo ônibus público seja adaptado para deficientes, muitos não estão de acordo com a lei e permanecem sem recursos que permitam  o deslocamento, principalmente, de deficientes físicos. Além disso, as ruas e as calçadas são irregulares e contribuem para cercear a mobilidade desses. Diante disso, é possível perceber que tais negligências reduzem a autonomia e inclusão social dos portadores de deficiência.  É válido destacar, também, que a falta de transportes sustentáveis reflete de forma negativa na mobilidade urbana. Prova disso é que prevalece no país uma rede de transporte não diversificada e poluidora, como ônibus, o que causa aglomerações urbanas e poluição ambiental. Ademais, é baixa a educação popular acerca da importância de substituir os transportes individuais pelos coletivos, corroborando as palavras de Paulo Freire ao dizer que se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.  Infere-se, portanto, que os desafios da mobilidade urbana comprometem o desenvolvimento socioambiental do  Brasil. Posto isso, cabe ao Poder Executivo fiscalizar e adequar os transportes públicos à Lei de Acessibilidade. Outroassim, o Governo deve investir em infraestrutura e transportes sobre trilhos, como metrôs e VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), para qualificar o ambiente e o deslocamento urbano  no Brasil.