Enviada em: 06/05/2018

‘’Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio; tão vário na capacidade; em forma e movimento, tão preciso e admirável; a beleza do mundo, o exemplo dos animais’’. Shakespeare, em sua obra ‘’Hamlet’’, traduz o ser humano como arte e inspiração racional, expoente ressaltado no Renascimento como período auge das artes. No Brasil, hodiernamente, ocorre uma negligência no que se refere à valorização e impulsionamento da arte, em que estereótipos e más políticas públicas de incentivos são evidentes. Tal fato ocorre devido a uma cultura midiática padroniza e políticas insuficiente de incentivos.    Numa primeira instância, é perceptível o poder de exclusão que o meio midiático impõe nas artes. Segundo Bourdieu, o padrão de gosto é construído culturalmente e socialmente. Nesse viés, a mídia, como meio divulgador de influências e comportamentos, valoriza meios artísticos constituídos por uma capacidade financeira de lucro, isto é, aqueles com o maior poder de lucro e cultura são prestigiados, desvinculando seu papel socializador e democrático no país. Outrossim, estigmas com a profissão das artes são entraves que dificultam a expansão no Brasil, uma vez que o ramo não e valorizado financeiramente, devido a estereótipos como profissão de ‘’lazer’’. Dessa maneira, a mídia e a má compreensão da importância da arte ratificam tal deficiência no país.   Além disso, é explícito a debilidade das políticas públicas de aporte aos centros artísticos. Embora a arte veja vista por Aristóteles como função moral e social, na medida em que reforça laços comunitários na polis, essa é vista como meio parcialmente desprezível de incentivos no país. Posto isso, centros de artes, museus, cinemas e teatros são carentes de benefícios e ajuda de Governos, tendo, por vezes, seus acervos vendidos para se manter, caso ocorrido no Museu de Artes Plásticas, no Rio de Janeiro, em 2018. Desse modo, investir em meios profissionalizantes e democráticos ao ensino da arte, por meio de políticas públicas precisam ser tomadas como necessárias.    Dessarte, infere-se que a produção da arte tem papel importante na história da humanidade, na medida em que demonstra a sociedade sua essência e valores. É mister, portanto, que o Ministério da Educação, aliado aos meios midiáticos, intensifiquem a abertura de novos cursos profissionalizantes e superiores voltados aos meios da arte, consoante o apoio da mídia com ficções engajadas na mitigação de estigmas da arte com ‘’lazer’’, mostrando seu papel construtivos de evolução na sociedade, com objetivos de que os cidadãos sejam mais engajados e demonstrem apoio cultural no país. Ademais, é elementar que do Governo Federal o apoio financeiro e subsídios aos centros artísticos, como em museus e teatros escolares, levando benefícios a lugares longínquos e carentes de meios lúdicos artísticos/culturais, para que assim a arte se conjugue como manifestação de lazer no país.