Enviada em: 30/04/2018

Segundo Aristóteles, a arte é uma criação humana, ou seja, é inerente à natureza do ser. Tal pensamento afirma que a produção artística pode imitar o que já existe, como também abordar o irracional e completar aquilo que falta no mundo físico. É observado, entretanto, que as diferentes formas de criação escrita, sonora e visual são limitadas na contemporaneidade brasileira, devido à falta de investimentos adequados e ao não cumprimento das políticas públicas referentes ao desenvolvimento das obras.       Em primeira análise, um dos impedimentos para a continuidade do desenvolvimento artístico no Brasil é o desvio de verbas designadas à formação educacional dos cidadãos. Nesse aspecto, o baixo investimento em escolas e faculdades inviabiliza o ingresso de indivíduos em cursos voltados para o preparo de novos artistas. Com isso, a produção torna-se quantitativamente limitada, além de interferir no papel político das artes na construção histórico-sociológica da nação.       Importa considerar também que, embora criada pelo Ministério da Cultura, a legislação para a prática das artes e de música não é efetivada no país. Por esse ângulo, o mercado de trabalho dos artífices é progressivamente restrito, com estes sendo, em sua maioria, desvalorizados e obrigados a atuar na informalidade. Desse modo, o desenvolvimento artístico torna-se banalizado, com as diferentes formas de linguagem sendo vinculadas apenas à determinada parcela da sociedade.       É evidente, portanto, que há desafios para o pleno encaminhamento da produção artística no Brasil. Dessa maneira, é preciso que o Estado brasileiro promova a fiscalização constante das instituições públicas e privadas, de modo que o Poder Judiciário garanta o pleno exercício da legislação nacional, para que seja garantida a liberdade artística a todos os cidadãos. É imprescindível, também, que as escolas e as universidades prezem pelo enaltecimento da criação e da importância das obras, por intermédio de projetos e atividades lúdicas, com a participação de familiares, a fim de que a arte seja valorizada como habilidade inerente à todos os brasileiros.