Pintura; música; dança; teatro. Essas diversas manifestações de ordem artística carregam importantes traços da história e da cultura de um povo ou nação. No Brasil hodierno, entretanto, a despeito dessa condição de importância, as produções artísticas são pouco valorizadas e incentivadas. Nesse viés, cabe analisar a noção restrita do conceito de arte e a ausência de um financiamento adequado como principais aspectos dessa problemática. Em primeira análise, é possível perceber que o conceito restrito de arte corrobora a falta de reconhecimento de diversas manifestações como tal. Esse fato decorre da dificuldade que se existe em formular uma definição absoluta para o termo arte, não especificando o que pode ou não ser assim considerado, e de uma construção cultural baseada criação de estereótipos. Dessa forma, há uma generalização dessa conceituação que se baseia nas definições clássicas da Grécia Antiga, não compreendendo as artes contemporâneas. Consequentemente, o que se verifica é a existência, por exemplo, de uma linha de desvalorização do grafite enquanto produção artística, em que muitos ainda o entendem como ato de depreciação e vandalismo do espaço público. Ademais, nota-se que o baixo incentivo orçamentário disponibilizado pelo Estado também é um obstáculo para a produção artística no país. A despeito da existência de medidas de apoio a esse campo, como o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), a escassez de recursos financeiros faz com que artistas com pouca visibilidade dificilmente recebam suporte para a produção de seu trabalho. Além disso, a limitação de recursos prejudica o funcionamento de instituições como os museus, verificando-se que muitos desses espaços estão leiloando obras de seus acervos para conseguir um fundo de auto sustentabilidade. Torna-se evidente, portanto, que o incentivo às artes deve ser valorizado e ampliado. Para isso, o Estado deve fornecer subsídios financeiros à produção artística, de modo a impulsionar e a criar espaços que proporcionem visibilidade e projeção ao artista. Além disso, os órgãos midiáticos podem atuar na divulgação de campanhas informativas que desestruturem os estereótipos criados e que permitam ao seu leitor a compreensão acerca do que envolve o conceito de produção artística. Por fim, as instituições de ensino podem incluir na sua grade curricular o estudo da manifestação cultural artística, destacando sua importância na formação da identidade nacional.