Enviada em: 03/05/2018

Desde o período Paleolítico, as ideias e o cotidiano dos homens eram expressos de forma artística, como na pintura rupestre. Hodiernamente, apesar de ser uma prática antiga, ainda é vista em nosso país de forma preconceituosa por algumas pessoas, tornando-se um ofício desvalorizado, o que dificulta suas formas de produção e propagação.        É indubitável que o Brasil é um gigante miscigenado, torna-se, então, um lugar onde é ampla a diferenciação entre as classes sociais, assim como seus modos de pensar e agir, retratados em suas músicas, quadros, livros, e diversas outras manifestações. Nota-se um grande avanço na interação entre essas diferentes esferas, como no caso do funk e rap, ritmos musicais originalmente vistos como criados para pessoas marginalizadas, que hoje se propagam por todo o território nacional. Muitas das formas de arte, entretanto, ainda são discriminadas por não haver uma proximidade entre a realidade de quem produz e a do receptor, ou por não haver respeito entre essas realidades, tornando-se clara a presente intolerância entre uma população estratificada e a imprescindibilidade em incentivar o diálogo entre as camadas da sociedade, promovendo maior inclusão social.        Ademais, é importante ressaltar a dificuldade na produção de arte em nosso país, que se mostra atrelada à carência de disciplinas nas escolas referentes à dança, à música, ao teatro e a outros movimentos artísticos, que seriam capazes de despertar um interesse e uma maior valorização no cenário cultural. Porém, o que se nota atualmente, é a desvalorização profissional dos artistas, como foi na Semana de 22, em que eles são vistos como inferiores e julgados por fugirem do senso comum, tal julgamento se perpetua hoje através das formas de ensino e da sociedade capitalista em que vivemos.        Diante desse cenário fragilizado, urge, portanto, uma necessidade em alterar esse quadro, tornando imprescindível ressaltar a importância da cultura e arte nas escolas, por meio da incorporação ou aumento da carga horária de disciplinas como dança e teatro, por exemplo. Além disso, as prefeituras e secretarias de cultura devem promover apresentações em suas cidades, visando disponibilizar aos moradores acesso a movimentos artísticos e incentivando-os a divulgar nas plataformas e redes sociais, para que a arte se propague na sociedade. Aumentam assim as chances de se alcançar uma cidadania pragmática e realmente legítima e plural.