De acordo com Nelson Mandela, ser pela liberdade não é apenas tirar as correntes de alguém, mas viver de forma que melhore e respeite o modo de vida dos outros. Todavia, o Brasil não se vê livre das amarras de uma sociedade intolerante. Isso se dá porque, ainda no século XXI, os artistas plásticos se deparam com obstáculos, os quais dificultam suas produções artísticas. Diante dessa realidade, torna-se pertinente o conhecimento dos principais motivadores da problemática. No início do ano, o prefeito de São Paulo, João Doria, anunciou sua decisão sobre o apagamento dos grafites na capital. Opinião compartilhada por muitos cidadãos, uma vez que o grafite não é bem visto, muitas vezes, na sociedade, não sendo considerado como arte. Tal situação deixa evidente a visão tradicionalista da população, cenário que, infelizmente, não é recente. Já no século XX, Monteiro Lobato critica fortemente Anita Malfatti, por meio do artigo "Paranoia ou Mistificação", devido às obras antiacadêmicas de Anita. Destarte, é incontestável os vários obstáculos encontrados por estes profissionais. É relevante ressaltar, ademais, que os artistas plásticos não são valorizados como deviria no tecido social. Eles comprem um papel fundamental na sociedade, pois estudam e expressam as ações dos homens em função do meio, compartilhando com a sociedade. No entanto, muitas vezes, a profissão não é formalizada, intensificando a dificuldade do profissional de viver exclusivamente de sua arte. Dessa forma, a produção e a divulgação artística é prejudicada. Tal conjuntura se explicita com os constantes protestos por estes, os quais reivindicam maior disponibilidade de verbas pelas prefeituras. Torna-se evidente, portanto, que o corpo social não tem desfrutado dos preceitos deixados por Mandela. Sendo assim, compete ao Estado brasileiro criar mais normas, assim como a Lei Municipal de Incentivo à Cultura, as quais formalizem, por meio da disponibilidade de mais verbas, a fim de valorizar a profissão, pois aumentará as expressões artísticas.