Enviada em: 25/06/2017

O Brasil, desde a chegada de D. João VI à colônia, vive intenso processo de europeização. Com isso, movimentos literários, urbanos e musicais seguiram os modelos europeus; e americanos mais recentemente; sempre absorvendo o que outros países faziam. No século XXI, a produção artística brasileira ainda lida com desafios no que se refere tanto à segregação de modelos urbanos quanto ao padrão global estabelecido. Em primeira análise, é importante salientar que muito já se progrediu no preconceito contra a arte urbana. Isso fica evidente quando notamos a presença de grafiteiros no exterior como é o caso dos Gêmeos, porém, são raras exceções. Dessa forma, grande maioria dos artistas das principais capitais brasileiras ficam apagados em meio a arte dos museus. Ademais, casos como o de São Paulo, em que João Dória ordenou que "limpassem" alguns grafites, prejudicam ainda mais a evolução dessa cultura, sem contar que paredes brancas são mais propícias às pichações. Torna-se evidente, desse modo, que é preciso lutar pelo patrimônio artístico urbano. Além dessa questão sociocultural, existe ainda o desafio de combater padrões estéticos mantidos por uma burguesia altamente participante no cenário artístico contemporâneo. Desse modo, o problema é que, começasse a criar costumes, o que Durkheim chamou de fato social, transformando em tabu, por meio da coerção, tudo o que é diferente do comum. Assim, a questão segregacionista somado à do padrão burguês dificulta o país a ter uma identidade plenamente nacional. Para que isso ocorra, portanto, o Ministério da Cultura e ONGs devem tomar providências. Essas, organizando protestos contra atitudes como a do prefeito de São Paulo, para que a arte urbana não seja apagada, e aquele, promovendo encontros culturais e exposições dos mais variados tipos de arte. Desse modo, gradualmente extirpar a hegemonia burguesa e diminuir os desafios do cenário artístico contemporâneo, no Brasil.