Enviada em: 26/06/2017

Sob o prisma do mecenato - prática de estímulo a artistas de várias áreas, cuja gênese se deu no Império Romano, é válido analisar que esse estímulo à produção cultural ainda perdura hodiernamente, seja por meio de incentivos fiscais ou programas específicos do Ministério da Cultura. Entretanto, alguns fatores inviabilizam a promoção da produção artística no Brasil contemporâneo, como por exemplo, a falta de reconhecimento da própria arte pela população e em alguns casos o mal direcionamento dos recursos para essa área. Dessa forma, observa-se que a produção artística reflete um cenário desafiador em pleno século XXI.                    Nesse contexto, é importante salientar que, segundo o filósofo Richard Wollheim o que consideramos arte pode depender do contexto em que a vemos. Logo, é importante ponderar que a valorização do conceito artístico influi decisivamente no entendimento que o indivíduo possui acerca das possibilidades de manifestação artística. À vista disso é imperioso ressaltar que a visão estereotipada de que a apreciação da arte em suas várias formas, é algo pertencente as classes mais favorecidas.ainda é um desafio. Só para exemplificar, de acordo com uma pesquisa do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 71% dos entrevistados alegaram que o alto preço é o principal empecilho ao acesso à oferta cultural. Assim, é nítido que os investimentos da Autarquia Federal se apresentam insuficientes para promover a democratização do acesso à cultura.                       Além disso, é cabível enfatizar a falta de valorização dos profissionais da área artística no Brasil. Nessa esfera a carência de valorização e o preconceito tornam-se fatores desestimulantes para muitos artistas brasileiros, os quais recorrem ao meio internacional para conseguir valorização e destaque. Não obstante a iniciativa privada tenha patrocinado produções de caráter cultural, nota-se uma alienação do acesso à arte ao passo que muitos desses eventos voltam-se mais para o lucro associado à imagem do que a propagação da arte como um meio de inclusão social.                    Torna-se, evidente, portanto a necessidade de medidas capazes de valorizar e democratizar a produção artística no Brasil. Posto isso cabe ao Ministério da Cultura além de ampliar os investimentos para a área, conceder descontos para que as parcelas menos favorecidas da população tenham acesso de maneira mais factível às mais diversas produções culturais. Atrelado a isso, o Estado deve aprimorar os seus mecanismos de financiamento a produções artísticas, com o intuito de direcionar melhor os recursos e conter desvios do dinheiro público. Ademais, a esfera educacional deve trabalhar com os estudantes a importância das artes como um canal de encontro das massas, por meio de palestras e debates, contribuindo inclusive para a formação do senso crítico.