Enviada em: 24/06/2017

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim a sociedade pode ser comparada a um "corpo biológico" por ser, assim como esse, composta por parte que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno século XXI a produção artística é segregacionista e mistificada. Dessa forma, para mitigar essas mazelas sociais , medidas são necessárias.   Em uma primeira análise, é importante destacar que de acordo com o ideário markxiano, a economia determina a sociedade. Sob essa perspectiva, instituições de ensino tornam-se reflexo e buscam formar em detrimento de altruísmo e empatia, discentes competitivos para o mercado de trabalho. Logo, nessa engrenagem capitalista, os seres mais pobres são fragilizados e não tem a oportunidade ao público. Nesse sentido, percebe-se a predominância de uma produção artística "clássica" presente nos grandes centros, em detrimento da popular -pintura, literatura e artesanato-. Logo, esse pensamento é passado de geração em geração, o que favorece o continuismo da dificuldade de se reconhecer a arte popular coletiva.   Sob um outro ângulo, é possível ainda avaliar a resiliência do problema da esfera social ao analisar, conforme a literatura machadiana, aspectos da natureza e ética humana. Historicamente, o indivíduo tem dificuldade de entender a opção do outro. Exemplo disso, caracteriza a fase Pré-Moderna da literatura brasileira, no qual, através da "Paranóia e Mistificação" Monteiro Lobato faz críticas a influência europeia na produção artística nacional daquela época. Nesse âmbito, o homem é visto como um ser corrompido no qual há quase ausência de princípios. Assim, adicionam-se aos fatores supracitados caracteres inatos, logo atemporais e tendentes à permanência.   De modo exposto, percebe-se, portanto, que a segregação socioeconômica e a visão de superioridade dificultam a erradicação do problema. Para que o Brasil seja mais articulado como um "corpo biológico" cabe a mídia utilizar sua capacidade de propagação de informação para promover espaço em comerciais, propagandas e eventos culturais às culturas populares, a fim de desmembrar o paradoxo de discriminação da pluralidade. Ademais, é necessário que através de propagandas educacionais, impressas ou digitais, instituições de ensino e o Poder Legislativo difundam a importância de campanhas de respeito mútuo entre culturas e produções artísticas. Apenas sob tal perspectiva, poder-se-á respeitar a liberdade de expressão e combater as intempéries, pois como proferido por Karl Marx: as inquietudes são a locomotiva da nação.