Desafiar é direcionar provocações a algo ou alguém. Desse modo, o Brasil contemporâneo se configura enquanto um cenário de constantes limitações à produção artística. Nesse contexto, percebe-se um contínuo deslocamento da arte de lugares estáticos para os abertos, como as ruas. Esse movimento é necessário, uma vez que revela a ressignificação do espaço a partir do brado da arte comumente marginalizada, sobretudo, com a resistência à massificação de padrões culturais, bem com à hegemonia de valores sócio-políticos. É incontrovertível que a arte é plurissignificativa e as suas faces se configuram enquanto um importante cenário de manifestações de pensamentos. Entretanto, o fazer artístico, historicamente, invocou uma gama de demarcações, principalmente no período ditatorial, onde a arte refletiu o inconformismo com o regime autoritário e, infelizmente, denotou supressões a tal produção. Essa realidade ecoa até os dias atuais, maiormente, quando se restringe, por exemplo, o lugar da arte periférica e, ainda, institucionaliza-se a sua criminalização. Decerto, o supracitado traduz a falta de liberdade para a criação artística e a desestruturação do sistema das artes no Brasil. Outrossim, deve-se entender a arte enquanto agente favorável à mudança social. Dessa forma, cabe citar projetos como o "Criança Esperança", que incentivam o engajamento artístico, haja em vista a construção da cidadania embasada no empoderamento cultural e político. Logo, tais práticas culminam na formação de sujeitos histórico-críticos. Para resolução desse embate, portanto, medidas devem ser tomadas. Nesse sentindo, é essencial que os governos municipais criem políticas públicas voltada para o fomento à valorização da diversidade artísticas, potencializada, mormente, a partir da criação de espaços de produção e divulgação. Ainda, é importante o estímulo à estruturação de associações regionais de artistas, buscando discutir o lugar da arte local, tendo em vista a concessão de espaços de fala nos meios de comunicação.