Os desafios da produção artística não são problemas novos no Brasil. Já no início do século XX, o dadaísmo surgiu como uma quebra de paradigmas quando se trata a definição do conceito de arte. A famosa exposição de um mictório que pretendia ser reconhecido como expressão artística demonstrou a dificuldade que a sociedade brasileira tem de reconhecer e consequentemente valorizar a produção de arte. Esse impasse demonstrado ainda no século passado continua a ser um desafio e deve ser vencido. Toda a produção artística depende de um aporte financeiro para que possa se tornar realidade. Uma vez que esse financiamento depende da aprovação e valorização do público para com determinada obra, percebe-se a grande influência que a população possui sobre a produção da arte. Um povo que possui uma visão limitada nesse aspecto, portanto, irá colaborar para o enfraquecimento da diversidade artística, apontando para a necessidade de pluralizar o conceito no âmbito nacional. Outrossim, ao afirmar que o homem é aquilo que a educação faz dele, o filosofo Immanuel Kant corrobora para a ideia de que é possível ampliar a visão do que é considerado arte pela educação. Responsabilidade da família, escola e sociedade, o caráter coercitivo que possui o processo de educar pode tanto favorecer a mudança do pensamento quanto a perpetuação de um conceito antiquado. Deve ser utilizado, dessa forma, para a introdução de um conceito mais amplo e inclusivo. Evidente o é, dessa forma, que o MEC - ministério da educação e cultura - deve tornar obrigatório o ensino de história da arte e suas multiplicidades desde o ensino fundamental, visando a afirmação do respeito e apreço por diferentes manifestações artísticas. De igual maneira, a Câmara e o Senado devem aprovar por pressão popular o destino de maior verba dos impostos, por parte da Receita Federal, para projetos que visem o estímulo à produção cultural. Apenas com o esforço da sociedade civil e do governo, será possível viabilizar uma produção de arte plural.