Enviada em: 23/06/2017

Liberdade e Consenso   A "Semana da Arte Moderna"  protagonizada por Mario e Oswald de Andrade marcou o início de uma nova era na produção artística brasileira. Hodiernamente, a arte contemporânea é caracterizada pela expressão de ideias através de suas obras. Entretanto, divergências ideológicas e a falta de liberdade de expressão surgem como desafio a produção artística.   A arte de rua - grafite e pichação - tem gerado discordância de opiniões quando vista por olhos de terceiros. Embora seja bastante comum nos centros urbanos se deparar com desenhos em muros de obras públicas, essa prática, por alguns, é considerada uma forma de vandalismo. Para acabar com implicações entre as diferentes opiniões, o projeto "Grafitódromo" foi criado pela Secretária da Cultura de São Paulo visando a reivindicação de um "local adequado" à manifestações artísticas de grafiteiros. Porém, a adoção dessa medida gerou um novo conflito com os artistas já que - segundo os mesmos - sua liberdade deixaria de existir.   Ademais, outro fator a ressaltar é a repressão a expressividade artística. Observa-se que durante o período da ditadura militar a arte foi vista como um meio de engajamento social, e, dessa forma, muito reprimida durante o regime. Nesse aspecto, evidencia-se que uma forte herança foi deixada do período ditatorial quando observarmos casos como o de 2014 em que cinco policiais foram acusados de matar dois pichadores rendidos em um prédio.  Portanto, é necessário que haja um diálogo entre os artistas e as esferas governamentais, retirando todo obstáculo para a manifestação artística dos mesmos. O Ministério da Cultura em parceria com as Secretárias regionais devem criar associações que garantam a liberdade expressão artística, mas, ao mesmo tempo, um consenso evitando a radicalização, por meio de um incentivo e investimento em material para a produção de obras de arte. Outrossim, o poder legislativo deve criar um projeto de lei para aumentar a punição de militares que abusem de seu poder bélico para reprimir qualquer cidadão. Assim, um Brasil livre de qualquer empecilho à produção artística será criado, atenuando, também, as cicatrizes de um duro passado.