Enviada em: 12/04/2019

Mural de cores        Em 2017, o então prefeito da capital paulista determinou que fosse apagado o maior mural ao ar livre de grafite da América Latina na famosa Avenida 23 de maio. Apesar do apelo de parte da sociedade, o mural virou história. Diante disso, os desafios da produção artística no Brasil passam por uma falta de apoio estatal e de uma censura velada dos estamentos sociais como um todo.         A priori, a produção artística dos brasileiros, não famosos, contam com um parco apoio cultural por parte do Estado. Embora a famigerada lei Rouanet, criada no governo Collor, tenha o propósito do mecenato, o alcance desse programa é limitado a grandes produções e a artistas consagrados, como shows da cantora Anitta. Ademais, os casos de uso escuso desse dinheiro são questionados por parte da sociedade.        Nesse mesmo viés, produções artísticas iconoclastas ou novos estilos que chocam a população são vítimas de embargos ou mesmo destruição. A exposição do “Queermuseu” patrocinada pelo banco Santander, sofreu com boicotes e críticas por parte dos estamentos sociais, muitos inclusive exigiram a suspensão definitiva da feira de artes. À vista disso, a sociedade precisa compreender a necessidade da livre expressão do ofício cultural e encerrar os preconceitos e censuras.       Desse modo, a produção de artes no Brasil é voltada a museus e a artistas famosos, enquanto os novos penam por falta de suporte. Dessa forma, o Estado que é o responsável acerca da difusão cultural no país deve priorizar os artistas iniciantes, por meio da reformulação das leis de incentivos culturais e assim fomentar a criação artística no Brasil. Destarte, segundo Confúcio, “a cultura está acima da condição social” e necessita ser protegida e incentivada para que não se torne cinza o que era um mural de cores.