Enviada em: 26/06/2017

Apesar de viver no Brasil, desde a promulgação da Constituição de 1988, um período de ampliação dos direitos individuais, o preconceito ainda é um desafio na construção de uma sociedade democrática. Notar a persistência de práticas, com vistas às produções artísticas, etnocêntricas que prejudicam o desenvolvimento da cidadania, dá caráter urgente a esse tema, analisando-se aspectos humanísticos e um ciclo social.       Em primeiro lugar, quando Kant afirma que "o homem é aquilo que a educação faz dele", ratifica a importância do caráter didático, definindo os atos do indivíduo em sociedade. A partir desse pressuposto, prevê-se que, em um corpo social em que a acumulação de capital é fator de inserção e diferenciação social, produções culturais de classes populares tendem a ser discriminadas. Assim, faz-se necessário a propagação do conceito de empatia, buscando-se a efetivação da cidadania brasileira.    Outrossim, destaca-se o preconceito como principal empecilho à aceitação das diferentes manifestações culturais presentes no Brasil. Quando Durkheim define que o fato social é a maneira coletiva de agir e pensar, dotado de exterioridade, generalidade e coercitividade, evidencia a influência a sociedade sob o indivíduo. Seguindo a linha de pensamento do sociólogo, é notável que uma criança que se desenvolve em meio a esse comportamento, tende a adotá-lo por conta da convivência. Dessa forma, há o fortalecimento e manutenção do pensamento discriminatório, transmitido de geração à geração, agravando o problema.     Fica evidente, portanto, a necessidade de romper paradigmas que valorizem a cultura erudita em detrimento da popular, com vistas ao fortalecimento do Estado de bem-estar social. À mídia cabe o papel de veicular debates e propagandas que engajem o respeito à diversidade cultural. As escolas devem promover eventos temáticos, incluindo pais e alunos, abordando desde variações linguísticas a expressões populares. Dessa maneira, desconstruir-se-á o preconceito à heterogeneidade, estimulando-se a empatia ente os cidadãos, fortalecendo-se a democracia.