Enviada em: 28/06/2017

A Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1922, buscava explorar novas formas de produções artísticas, baseada no nacionalismo exacerbado. Na contemporaneidade, entretanto, o Brasil enfrenta desafios quanto à elaboração e ao reconhecimento de sua arte. Fatores de caráter educacional, bem como cultural, expressam a urgência de mudanças nesse cenário.    É importante pontuar, de início, a negligência acadêmica quanto aos setores artísticos brasileiros. Ao se omitirem frente à questão da arte e do respeito a suas diversas manifestações, o ensino do país falha, já que, segundo Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele. Nesse sentido, as escolas, quando não estimulam o conhecimento artístico dos estudantes, fomentam a ignorância dos cidadãos em relação à riqueza da arte do Brasil, dificultando sua produção.    Outrossim, tem-se o histórico preconceito frente à chamada arte contemporânea. Apesar de sua participação no cotidiano dos indivíduos desde o período militar, o grafite encontra dificuldades em sua produção, dado a intolerância daqueles que a consideram crime. Nesse contexto, o desejo de seguir um padrão cultural estrangeiro movimenta a repulsa pela grafitagem, como se evidenciou nas medidas adotadas pelo prefeito de São Paulo de pintar os muros grafitados, inspiradas na forma que um bairro de Miami lida com o grafite.     É notória, portanto, a relevância de fatores educacionais e culturais na problemática supracitada. Nesse viés, cabe às escolas, em consonância com as ONGs da área, incentivar a população na produção e contemplação da arte brasileira. A ideia é, a partir de palestras e debates nas salas de aula, além de visitas a feiras culturais, construir uma consciência coletiva de respeito às diversas manifestações artísticas nacionais. Paralelamente, a mídia, enquanto difusora de novos comportamentos e opiniões, deve propagar o respeito à arte de rua, por meio de propagandas educativas nos veículos de comunicação. Por fim, é necessário que os governos municipais, mediante a elaboração de eventos culturais, estimulem e facilitem a produção artística no país a fim de concretizar uma sociedade mais participativa nesse setor.