Enviada em: 03/10/2017

O termo 'produção artística' nos remete à inovação e liberdade de expressão, que pode acontecer através de cores, palavras, formas e texturas. Nas grandes cidades, uma forma muito comum de exposição está na pichação e no grafite. A primeira, é uma forma de escrita simples e rápida em muros e edifícios e utilizada desde a idade média, a segunda é uma derivação desta e utiliza desenhos mais coloridos e planejados. Entretanto, ambas tem o mesmo objetivo, criticar as mazelas sociais, e denunciar injustiças, além de reclamar os direitos civis. No Brasil o grafite ganhou força nos anos 80 com o movimento 'Diretas Já', quando a população através dessa arte denunciou abusos cometidos pelo governo e pediu mudanças em seu regime.   Embora obras e artistas reconhecidos no mundo estejam em São Paulo, a cidade foi acometida no início do ano de 2017 por ações da prefeitura para limpeza de fachadas que descartaram também os grafites que elas possuíam, de forma generalizada. Entretanto, a ação dividiu a população, pois a necessidade de organização e limpeza da cidade é evidente, no entanto, os moradores também reconhecem que o grafite já faz parte do seu dia a dia, e tornou-se uma referência de arte de rua para o resto do planeta.   Ficou notório então que o grafite não é aceito como arte no Brasil, especialmente para a classe paulistana mais elitizada, por ser associada à periferia. Retirada das ruas ela recebe agora propostas para ser liberada apenas em locais específicos, destinados à esse fim, o que vai de encontro ao seu destino, que é justamente o de ser um canal de protesto para população.  Para atuar na solução do problema, o governo deve atentar-se ao que esta sendo dito afim de planejar ações que melhorem a vida das pessoas. À população cabe respeitar o patrimônio público que foi adquirido com o dinheiro do contribuinte. E em parceria com a iniciativa privada, é possível utilizar o grafite na educação e retirada de jovens da rua.