Enviada em: 29/09/2017

Conforme defendeu o líder pacifista Mahatma Gandhi, o mundo é suficientemente grande para todos, porém consideravelmente pequeno para a avareza de alguns. Sob essa conjectura, é factível afirmar a responsabilidade e a relação do homem frente às problemáticas ambientais existentes no momento histórico atual, agravadas pela morosidade de resoluções em ordem nacional. Logo, é preciso modificar este cenário, o qual compromete a homeostase dos ecossistemas terrestres.     Em primeiro lugar, é necessário salientar a forma como a cultura da degradação ambiental foi incorporada pela sociedade. De acordo com a análise de Friedrich Hegel, a história é dinâmica e as verdades a acompanham. Ao seguir essa linha de pensamento, pode-se ratificar que as mudanças históricas no que tange à ascensão da indústria e à consolidação do capitalismo ocorreram concomitantes com as modificações de paradigmas econômicos e sociais. Dessa forma, essas novas referências - como a extração predatória de petróleo e o consumo exacerbado -, foram naturalizadas pelos indivíduos, acarretando uma cadeia de problemáticas - seja no viés ambiental, retratadas pela perda gradativa de florestas e pelas mudanças climáticas; seja no viés social, vistas pelo comprometimento da saúde pública implicado pela poluição. Neste contexto, convém-se uma mudança nesta padronização da relação entre o homem e o ambiente enraizada historicamente.     Ademais, deve-se pontuar a posição da sociedade e do Estado diante deste modelo de associação entre o homem e o espaço. Em nível social, vê-se uma persistente negligência no que diz respeito às práticas de sustentabilidade - como a reciclagem e o destino correto dos lixos -, alavancadas pelo caráter efêmero das relações interpessoais, como analisou Zygmunt Bauman, que acarreta uma relativização de tais ações de cooperativismo socioambiental. Em nível governamental, tem-se uma clara dificuldade de conciliar políticas ambientais ao agronegócio, às indústrias e aos automóveis - elementos que propulsionam o desmatamento, a emissão de poluentes atmosféricos e os desequilíbrios ambientais - o que reafirma a necessidade de mediações.    No intuito de harmonizar a relação entre a sociedade e o ambiente, o Ministério da Educação deve adotar o modelo de "escola cidadã" - proposta por Paulo Freire - nos institutos educacionais, abrindo debates nas aulas de Sociologia e realizando palestras sobre a premência de engajar-se em práticas sustentáveis, na tentativa de desmistificar a cultura da degradação ambiental. Outrossim, as prefeituras municipais devem destinar verbas, arrecadadas de impostos progressivos, para projetos ambientais como o reflorestamento urbano - como os jardins verticais em Cingapura - e a melhoria de transportes coletivos, para entrar, gradualmente, em conformidade com o equilíbrio ambiental.