Enviada em: 27/10/2017

A assinatura de um decreto que extinguia uma reserva ambiental na Amazônia, em 2017, mobilizou parte da sociedade civil. Apesar do engajamento de alguns setores, episódios como esse expõem a persistência de negligenciar a questão ambiental pelos governantes, colocando em risco a biodiversidade e a abundância de recursos próprias do país. Fatores de ordem econômica, bem como social, caracterizam o dilema do meio ambiente no Brasil hodierno.    É importante pontuar, de início, a influência de interesses financeiros na atual degradação ambiental. À guisa de Marx, em um mundo capitalizado, a busca pelo lucro ultrapassa valores éticos e morais. Esse fenômeno foi amplamente percebido no rompimento da barragem de Mariana-MG, ainda em 2015, em que as empresas responsáveis sabiam dos riscos, porém priorizaram os aspectos econômicos, provocando a devastação de um dos principais rios do país. Assim, grandes companhias exercem forte poder nas questões ambientais, inclinando-se, muitas vezes, às vantagens financeiras.    Outrossim, tem-se os impactos na sociedade relacionados à poluição do meio ambiente. Conforme o físico Albert Einstein, o avanço científico e tecnológico deve favorecer o desenvolvimento humano, buscando melhorias nas condições de vida dos indivíduos. Na contemporaneidade, no entanto, o progresso está relacionado à degradação da natureza e, consequentemente, da saúde das pessoas. Essa realidade é ratificada por pesquisas recentes da BBC, que mostraram as infecções respiratórias como a maior causa de mortalidade infantil no Brasil, expondo um lado perverso do crescimento industrial, com a poluição atmosférica.