Enviada em: 30/10/2017

Poetas árcades, como Tomás Antônio Gonzaga, constituíram uma relação pacífica com a natureza, visto que ela era o refúgio aos problemas. A partir do século XVIII, essa concepção foi ,gradualmente, substituída pela extração desenfreada que a Revolução Industrial instituiu, responsável por desmatamentos, extinções de espécies e deterioração de solos. O cenário persiste ainda hoje e é imprescindível minimizar os desafios da interação entre homem e natureza, como a destruição incessante e o retorno incorreto de resíduos.   De início, é notório ressaltar que existe um grave desequilíbrio ambiental no Brasil e no mundo. A produção capitalista, sem dúvida, é dependente de matérias primas provenientes da natureza, porém a destruição sem precedentes é insustentável. Diferente de repor o que é destruído, mediante reflorestamento e a substituição por fontes de energia renováveis, os indivíduos apenas degradam mais o ambiente. Isso pode ser explicado tanto pelas leis brandas brasileiras que, recentemente, perdoaram aqueles que foram denunciados por grandes desmatamentos, como pela falta de cooperação internacional, a exemplo do não cumprimento do Tratado de Kyoto - acordo mundial pelo meio ambiente. Logo, a natureza é colocada em segundo plano, guarnecida sob uma ótica devastadora.    É necessário pontuar, também, sobre o destino equivocado dos resíduos. A natureza mantém parte de seu equilíbrio mediante a reciclagem da matéria pelos decompositores e, por isso, a maneira como o lixo retorna ao meio ambiente possui grande importância. Lastimavelmente, mesmo que a produção de resíduos seja muito alta no país, seu destino é incorreto na maior parte do território: os lixões. Esses locais são responsáveis por inúmeros problemas tanto de saúde, quanto ambientais - poluição hídrica, dos solos e do ar. Assim, com o consumo desenfreado do capitalismo, é preciso repensar a forma que o lixo é tratado para manter uma interação harmônica com o meio ambiente.    Nota-se, portanto, a indispensabilidade de modificar o cenário de degradação e de destino do lixo. Nesse sentido, é dever do Ministério do Meio Ambiente instituir de forma rigorosa a Política Nacional de Resíduos Sólidos que prevê a construção adequada de aterros sanitários, de auxílio para catadores e de multa para aqueles que desrespeitarem. Também, é preciso que o Poder Judiciário elevar as penas àqueles que infringem as leis ambientais mediante a criação de varas especializadas no assunto para otimizar o julgamento. Por fim, é de extrema importância que as nações mundiais respeitem o Acordo de Paris - novas metas para o equilíbrio da natureza - por meio da atuação da ONU , em que aqueles que não seguirem as diretrizes sofram embargos econômicos e sociais, e por meio da ajuda financeira dos países mais ricos para instituir programas sustentáveis naqueles que não dispõem de recursos.