Enviada em: 31/03/2017

Ao contrário do que muitos acreditam, a presença de trabalhos análogos à escravidão é uma questão social contemporânea. A escravidão e o trabalho escravo fizeram parte do Brasil desde o momento da sua colonização pelos portugueses, ainda no século XV. Vale ressaltar que, esse passado histórico possui marcas que ainda hoje refletem em uma sociedade que parece ignorar os equívocos que cometeu em seu processo de formação. É indiscutível o modo como a vulnerabilidade social das vítimas e a falta de fiscalização governamental contribuem para dificultar o combate a esse tipo de trabalho.       Nesse sentido, é notório que grande parte das vítimas do trabalho escravo se encaixa em uma parcela da sociedade com alta vulnerabilidade social, seja por baixo nível escolar ou baixa renda e consequentemente com pouca oportunidade de inserção no mercado de trabalho. Essas vítimas acabam aceitando o que lhe são oferecidas, o que normalmente tem sido trabalhos exaustivos com condições degradantes em zonas rurais, seja na pecuária, produção de carvão e soja, ou então em zonas urbanas, especialmente na indústria têxtil.        Somado a isso, a falta de fiscalização permite que essa forma de trabalho seja reincidente, pois o criminoso ao saber que dificilmente será punido por suas ações, tomará as mesmas atitudes enquanto lhe trouxer benefícios. Isso pode ser comprovado pelo número crescente de trabalhos análogos à escravidão, mesmo tendo em vista as leis que são contrárias a essa ação e que garantem os direitos do trabalhador.          O trabalho escravo, portanto, é uma questão social presente no Brasil e que necessita de soluções para o seu combate. A erradicação desse problema só acontecerá através da prevenção, onde possíveis vítimas devem ter acesso à educação e informação sobre os seus direitos. Além disso, é necessária a assistência a esses trabalhadores, que devem ter direito a alojamentos e qualificações profissionais. Somado a isso, uma maior fiscalização por parte do Ministério do Trabalho, tende a diminuir a impunidade, e consequentemente contribuir para o combate a esse grande problema brasileiro.