Enviada em: 12/04/2017

Mesmo com o desenvolvimento de leis trabalhistas, a criação de Órgãos jurídicos neste âmbito e a evolução dos direitos civis, o trabalho escravo se mantém como uma das principais problemáticas a ser combatida no século 21. Questão essa que para muitos é tida como algo anacrônico, mas que submete milhões de pessoas ao redor do mundo das mais variadas formas. É cabível, assim, apontar que ela tem desafios e causas tanto pela sua associação quase “indispensável” com a manutenção do capitalismo atual quanto falta de opção das pessoas que se expõem a tais condições.     Cabe considerar como desafio, então, que hoje, como há séculos, a escravidão é fonte de lucro que serve, em considerável medida, de pilar para o sistema econômico. É mediante ela que, muitas vezes, o grande empresariado, a agropecuária e a mineração, de maneira oculta ou escrachada, mantêm a alta escala de produção e a sua “viabilidade” econômica, fazendo, com isso, que esse modo de exploração de mão de obra seja conveniente não somente ao detentor do meio de produção, mas ao consumidor final. Hoje, dessa forma, não importa a procedência do calçado - se foi uma criança chinesa se submetendo a exaustivas horas de trabalho ou uma mulher sendo explorada numa das inúmeras fábricas do México -, mas sim se a pessoa terá o seu Nike Air Max pelo menor preço possível; assim como não se pensa se crianças de até 8 anos de idade trabalham na extração de cobalto no Congo por esmola, mas se se poderá consumir os Smartphones derivados desse minério.     Ademais, outro desafio para o combate à escravidão moderna é o fato de muitas pessoas continuarem sem qualquer oportunidade de formação acadêmica ou técnica ou mesmo de trabalho informais não degradantes, fazendo com que, cada vez mais, submetam-se a serviços com carga horária extenuante pelo simples fator “sobrevivência”. É o clássico “antes pouco do que nada”. Assim, sem qualquer instrução ou incentivo, esses indivíduos são facilmente aliciados a partirem para outros estados com promessas de oportunidades e, muitas vezes, acabando privados de liberdade por dívidas assumidas por seu empregador. Para se ter noção, quase 72% dos trabalhadores resgatados, nos últimos anos, são analfabeto ou tem ensino até a quarta série, mostrando a sua total desqualificação para empregos formais.    Portanto, a escravidão moderna é quase uma característica do modelo econômico atual e que deve ser combatido. Para isso é necessário que a OIT em parceria com ONGs não apenas apontem países que cometem essa prática, mas cobrem sanções econômicas e aumentos nas tarifas alfandegárias para governos que a toleram. Por outro lado, cabe ao Estado, no caso do Brasil, promover mais cursos técnicos gratuitos na maior quantidade  de municípios, possibilitando uma formação mesmo elementar.  .visando ao fornecimento de oportunidades de emprego e fazendo com que essas pessoas não recorram a oportunidades duvidosas.