Enviada em: 03/06/2017

Sabe-se que a escravidão sempre esteve presente na sociedade brasileira, uma vez que era utilizada como mão de obra durante o período colonial. Nesse contexto, evidencia-se que apesar de ter sido abolida em 1888, o trabalho escravo assumiu novas características e se encontra presente no cenário social até os dias atuais. Isso ocorre não só pela marcante desigualdade social, mas também devido ao aumento do número de imigrações.  Observa-se que a posição de desvantagem na sociedade coloca o indivíduo em uma situação precária, na qual a falta de acesso à recursos básicos como saúde e educação caracterizam a realidade vivida por eles diariamente. Por conseguinte, o baixo grau de escolaridade da população carente impede a entrada dessas pessoas no mercado de trabalho. À vista disso, esses sujeitos se expõem a um trabalho análogo ao escravo, em condições degradantes que retiram a dignidade do trabalhador e coloca em risco sua saúde mental e física, a fim de garantir o sustento familiar. De fato, crianças e adolescentes pertencentes a essas famílias também são exploradas e privadas dos acessos à educação. Como consequência, tem-se a criação de um ciclo que impede a ascensão social dessa classe.   Outro fato que contribui para a persistência do trabalho escravo na sociedade do século XXI, é o crescimento da taxa de imigrações. Com efeito, os países estão cada vez mais enfrentando crises em sua política, economia e relações sociais, o que contribui para intensificar a saída de pessoas para outros países em busca de melhores condições de vida. No entanto, ao chegar em seu destino os indivíduos encontram dificuldades para se estabelecer e ingressar no mercado. Seguindo esse parâmetro, o ser se submete à jornadas exaustivas de trabalho com mão de obra barata, caracterizando a exploração do trabalhador, que por não possuir carteira assinada está ausente dos direitos trabalhistas criados em 1930. Tudo isso acarreta na dificuldade de combater a escravidão atual, devido à baixa fiscalização e a irregularidade do trabalho.   Diante dos fatos mencionados, nota-se que a maior parte da população desconhece esse problema brasileiro e consequentemente tem-se um número baixo de denúncias dessas ações. Sendo assim, faz-se necessário medidas para que o direito trabalhista seja respeitado, além de políticas públicas, como auxílio e garantia de emprego, que aderem os imigrantes dentro do país. Além disso, cabe a mídia, por meio da publicidade, promover campanhas educativas que incentivam as denúncias contra essa prática. Ainda, o Ministério do Trabalho e Emprego, junto à grandes empresas, devem fornecer cursos técnicos gratuitos em regiões carentes, a fim de qualificar a mão de obra e garantir oportunidades à essa população e reduzir a exploração trabalhista.