Enviada em: 22/05/2017

Correntes Modernas       Mesmo a escravidão tendo sido abolida oficialmente em 1888, condições análogas a esta ainda são uma realidade. Jornadas exaustivas, exposição da saúde física e mental e cerceamento da liberdade são alguns dos fatores a que estão expostos entre 25 e 100 mil brasileiros. Tal entrave apresenta como seus principais vetores a difícil fiscalização e o fato de que há alguém obtendo vantagens com tal prática.             O trabalho escravo atual, ao contrário do que muitos pensam, não se restringe ao meio rural. Apesar da grande incidência em setores como a agricultura e a mineração (quando a fiscalização torna-se geograficamente complicada) é no meio urbano que se concentram 61% dos casos. Atrás da fachada de grandes lojas, com destaque para as de departamento, encontramos centenas de trabalhadores em condições desumanas.            Esse sistema de produção, bem como o capitalismo em si, é movido pelo dinheiro. Portanto, se continua em vigor é porque alguém está se beneficiando, não só os comerciantes, mas, principalmente, aqueles que, mesmo sabendo que sua loja preferida utiliza trabalho escravo, continua adquirindo seus produtos. Logo, é  o consumidor quem sustenta essa escravidão moderna.       Fazem-se necessárias, pois, medidas para que os direitos dos trabalhadores sejam garantidos. Por meio da denúncia e fiscalização dos focos, bem como a realocação dos trabalhadores, para evitar a reincidência, controlaremos os casos existentes. Já por meio da informação e do conhecimento (campanhas midiáticas, palestras nas escolas) evitaremos os novos. Dessa maneira a exploração trabalhista deixará de ser um entrave ao nosso desenvolvimento econômico e social.