Enviada em: 31/10/2017

O trabalho escravo é uma prática contemporânea, contudo, possui raízes históricas. No Brasil, desde a colonização, majoritariamente exploratória, a prática escravista é evidente, pois no campo ou na cidade, o "poder" subjuga os mais vulneráveis e corrompe esferas administrativas. Tal questão merece zelo, pois fere os direitos humanos e o exercício da plena cidadania.     Embora a Constituição Federal de 1988, assegura a todo cidadão o direito ao trabalho sob condições justas e favoráveis, bem como a remuneração, muitos indivíduos incautos, com baixa escolaridade e persuadidos por promessas de trabalho e bons salários, são enlaçados em um ciclo criminoso de abuso físico e psicológico. Logo, de maneira análoga aos negros alforriados, tornam-se pessoas livres, porém, reféns do medo da punição e do descaso público. O futuro repetindo o passado, conforme disse Cazuza.    Ademais, outro dado preocupante, segundo o último relatório da Fundação Walk Free, o Brasil possui mais de 160 mil pessoas em trabalho escravo, em maior concentração nas áreas rurais, onde a fiscalização - não raro - é ausente ou deficitária. Tal fato pode fomentar atos ilícitos de fazendeiros, como o ilustrado no filme "Menino 23", que mostra a história de 50 crianças negras de um orfanato do Rio de Janeiro adotadas e submetidas a maus tratos e trabalho escravo em uma fazendo do interior de São Paulo.        Para que se reverta esse cenário caótico, portanto, urge que o Estado através do Ministério do Trabalho intensifique a fiscalização em áreas de maior incidência da prática escravista, se necessário, aumentando o efetivo de procuradores, auditores e policiais para aplicar as punições cabíveis. Além disso, cabe à mídia, por meio de veiculações de campanhas educativas, incentivar a realização de denúncias a esse crime. E por fim, o indivíduo sendo proativo no combate denunciando. Assim, parafraseando Rosseau, a ação poderá tirar muitos da escravidão.