Enviada em: 30/03/2018

O ser humano é social: necessita viver em comunidade e estabelecer relações interpessoais, contudo perante a perspectiva aristotélica, política e naturalmente sociável, inúmeras de suas práticas antiéticas  corroboram ao contrário.Nesse universo, no que tange à exploração escravista no hodierno brasileiro, é perceptível que essa situação deplorável está intrínseca no país há séculos. Logo, diante da gravidade dessa temática, urge a mobilização homogênea da conjuntura social e do Ministério Público para o combate do impasse.     Convém ressaltar, a princípio, que a escravidão permanece enraizada no tecido social brasileiro desde o descobrimento do Pau-Brasil. Nesse contexto, consoante com o postulado Durkheimiano, o fato social reflete uma maneira de agir e raciocinar, provida de exterioridade, generalidade e coercitividade. Sob tal ótica, identifica-se que o uso da exploração braçal  se enquadra à conjectura do sociólogo, porquanto se uma criança convive em um âmbito onde os indivíduos manifestam esse proceder, é irrefutável que irá incorporá-lo por virtude da vivência em conjunto. A lógica escravocrata, por conseguinte, é propagada através de gerações, amplificando consideravelmente o abuso da mão de obra.     Ademais, é pertinente enfatizar a magnitude do Poder Legislativo nesse cenário. Conforme promulgado na Constituição Federal, a Lei Áurea assegura acesso à liberdade para quaisquer civis, independente de raça, etnia e gênero. À vista dessa cláusula, verifica-se que ocorre cotidianamente um desacato ao preceito desde 1888, pois embora a norma esteja em vigor em pleno estado brasileiro, é indubitável que na prática não acontece de forma eficaz. Em harmonia com a tese Aristotélica, em suma, observa-se que o ato antiético está presente até na Câmara Legislativa.      Infere-se, portanto, que a escravidão no contemporâneo é algo incessante. A fim de atenuar o empecilho, é de enorme relevância o papel da família na construção da ética dos seus herdeiros, isso deve ocorrer mediante conversas que debatam à cerca do tema, com o escopo de fomentar a mentalidade deles e, além de alastrar o comportamento para o próximo, cooperem para o combate às ideologias escravistas do século XXI, para que o país disponha de um desenvolvimento nas suas relações interpessoais. Em síntese, esse fato social aludido por Émile Durkheim será gradativamente suplantado em solo nacional.