Enviada em: 24/06/2018

O planejamento familiar consiste na organização prévia de um casal quanto ao número de filhos e qualidade de vida que sua família terá. Embora tenha sido aplicado no Brasil como política pública por meio da Constituição Federal, a projeção doméstica faceja embargos quanto à sua prática plena. Essa problemática se dá, sobretudo, em virtude da inadimplência de setores fundamentais ao processo: o público masculino e os grupos religiosos.      A princípio, vale ressaltar que a participação varonil no planejamento familiar é escassa. Segundo o Conselho Federal de Medicina, o uso de preservativos masculinos e a realização de vasectomia representam, respectivamente, 2% e 1% do total de contraceptivos utilizados no País. Isso se deve, mormente, à mistificação que tangencia esses artifícios, tais como a impotência sexual e a redução da libido. Por conseguinte, a escolha da abstenção propicia a ocorrência de gestações indesejadas, comprometendo a planificação da família.    Além disso, reiteradamente a religiosidade não auxilia na política supracitada. Usufruindo de seu ofício relevante na vivência popular, presente desde períodos pré-históricos, copiosas práticas religiosas promovem a estigmatização  do povoamento da Terra, mediante a qual os casais são incentivados ao logro de famílias numerosas, o que, máxime, compromete o orçamento doméstico. Ademais, ocorre a propagação de uma cultura dogmática opositiva à contracepção, fomentando prováveis gravidezes não requisitadas. Nesse contexto, torna-se gradualmente intangível o planejamento familiar.       Portanto, inferem-se os desafios que tangenciam o planejamento das famílias nacionais. Nesse sentido, o Ministério da Saúde deve fomentar propagandas audiovisuais acerca do delineamento familiar, retratando métodos viáveis à população com restrições religiosas e desmistificando os processo de contracepção masculina. Por intermédio da disseminação desses conteúdos nas mídias televisivas e internet, visa-se ampliar o quantitativo de adeptos ao processo, pois tal medida é fundamental à promoção da qualidade de vida da nação. Assim, será possível a prática absoluta, em âmbito nacional, do planejamento familiar.