Enviada em: 30/09/2017

Uma das marcas do setor rural, aprendidas nas aulas de geografia quando o assunto é demografia, é a potencialidade de as famílias gerarem mais descendentes. Porém, o Brasil se industrializou e as cidades cresceram com demasiado êxodo rural. Contudo, o planejamento familiar não acompanhou a migração gerando consequências na sociedade, como elevação da pobreza, violência e marginalização. As causas disso se encontram na cultura do século anterior, ainda presente no brasileiro e não só na desinformação atual. Por isso, faz-se necessário que haja educação e medidas de saúde pública voltados à essa problemática, a fim de trazer o século XXI ao país.       Era comum no Brasil do século passado, uma família com mais de cinco filhos. Dentre as razões, podem ser destacadas a falta de métodos contraceptivos; a mortalidade infantil, quantos mais filhos se faz, maior a chance de terem alguns na fase adulta; e a necessidade de ajuda nas atividades laborais. Porém, houve a mecanização do campo e o crescimento do setor industrial brasileiro a partir da década de 30 com Getúlio Vargas, e assim, o êxodo rural se principiou. A marginalização popular teve o seu início, e os filhos que eram gerados faziam aquela crescer exponencialmente, crescendo a violência.        Com o decorrer do tempo, a pirâmide demográfica perdeu o seu formato, mostrando que há menos nascimentos, porém, os problemas herdados permanecem. A falta do planejamento familiar atual afeta, sobretudo, os próprios descendentes, que correm bastante risco de sofrerem com baixo afeto parental. Desse modo, o desenvolvimento destes é prejudicado, em virtude de não serem planejados. Encontra-se a causa disso, na educação e na saúde, áreas, que, vale ressaltar, andam juntas.       François Rabelais, escritor, apregoou que "a ignorância é a mãe de todos os males" e nesse contexto, outro pensamento não seria mais adequado. A desinformação popular, ainda presente, quanto aos métodos contraceptivos é notória, e além disso, a educação fundamental para o trato de uma criança é inexistente nos ambientes escolares e familiares. Planejar a família é essencial ao país, e a cultura marcada no cidadão brasileiro durante o período rural precisa ser removida.       Portanto, o Estado, como agente principal, deve continuar e ampliar a educação em torno dos métodos contraceptivos, apesar do fato de atualmente, o foco estar na AIDS. Propagandas e aulas de educação sexual nas escolas públicas são fundamentais para o controle de natalidade. A família, em parceria com a escola, deve instruir o jovem e o adolescente ao que é preciso para criar e administrar uma família, pois, isso vai além do afeto existente entre o casal. Ela deve estar preparada para cuidar e poder ter afeto também à criança. Programas educativos, projetos e trabalhos escolares irão corroborar para o combate à essa problemática. Com isso, a pirâmide demográfica, perderá o seu formato.