Enviada em: 03/10/2017

No limiar do século XXI, o planejamento familiar no Brasil é um questão que precisa ser debatida e colocada em prática. Por um lado, os malefícios que o não controle de natalidade traz para a sociedade e para o meio ambiente, Por outro, a influência arcaica que a igreja tem sobre as famílias.       Mormente, é necessário compreender que desde 2007 o governo brasileiro tem disponibilizado métodos contraceptivos para a população. No entanto, a falta de controle sobre a gravidez ainda assola o lares do país, como revela as pesquisas realizadas pelo site de abrangência internacional, Trocando Fraldas, em que mais de 50% das mulheres entrevistadas afirmam terem tido uma gravidez não planejada. E a isso se deve a grande influência histórica da igreja dentro das famílias, sendo a primeira instituição conhecida pelo seu tradicionalismo e pela crença que o homem tem que nascer, crescer, reproduzir e morrer, ela se coloca como grande opositora a ciência e a população quanto aos métodos contraceptivos e ao aborto.        Ademais, é devido a esse obstáculo religioso que grande parte das populações carentes tem um crescimento desordenado, acentuando ainda mais a desigualdade e a marginalização desse grupo, interferindo assim em setores públicos como segurança, saúde e educação. Áreas que poderiam ter uma melhor assistência governamental caso o acréscimo populacional desigual fosse controlado. Além disso, o não planejamento familiar interfere em nível global, no sentido que o aumento da população se torna antagônico a necessidade que o mundo tem de refrear a ampliação da extração  de recursos naturais.             Diante disso, para que o planejamento familiar se torne uma realidade na sociedade brasileira, assim como é em países desenvolvidos como Japão e Dinamarca, faz-se necessário ações concretas que tenham como protagonistas o Estado, as escolas e a família.        O Estado em sua esfera legislativa deve realizar a discussão laicizada sobre a legalização do aborto e no âmbito executivo realizar projetos e campanhas que enalteçam a necessidade do planejamento familiar; as escolas usando de seu caráter conscientizador, devem promover disciplinas sobre a importância do controle populacional e também do uso de métodos contraceptivos; a família, instituição base da sociedade, deve reavaliar seus hábitos e discutir entre os membros a necessidade de um planejamento familiar.