A formação familiar está alicerçada em uma forte tradição cultural que tem suas origens coincidindo com o início da vida no planeta. No entanto, o crescimento das populações sem o proporcional aumento de recursos, requer que as atitudes passem a ser mais racionais que emocionais. No Brasil especificamente, embora a pirâmide social mostre mudanças em sua base, tais alterações não atingem todos os níveis sociais, o que pode ter influência religiosa, educacional ou até mesmo governamental. Sendo uma sociedade com forte presença da igreja no cotidiano dos indivíduos, muitos ainda são influenciados por velhos dogmas como a dádiva divina da maternidade, a proibição de meios anticoncepcionais, e a simples vontade celestial como justifica para os acontecimentos da vida. Embora exista essa influencia em todos os estratos da sociedade, é mais marcante nas camadas menos favorecidas,possivelmente, pela maior necessidade de acreditar em um futuro melhor. O conhecimento técnico-científico além de abrir oportunidades de trabalho, contribui com a ampliação da visão de mundo e da perspectiva a respeito do papel de cada um na sociedade. A compreensão desse, traz, então, novas necessidades ao indivíduo que, naturalmente, dedicará esforços para planejar a família que ele quer ter, adequando-a à realidade que ele deseja construir. Arquitetar uma realidade melhor, afasta o cidadão de outra convicção, que têm se espalhado no Brasil, de que o número maior de filhos irá proporcionar o recebimento de maiores quantias advindas de programas sociais, o que só amplifica os problemas já existentes. Isso posto, nota-se a importância que o planejamento familiar deve assumir nas famílias brasileiras, devendo o Estado criar linhas de auxilio voltadas para o aconselhamento de novos casais por equipes que trabalhem próximas às comunidades, incentivando-as à buscar base financeira inicialmente e utilizando campanhas publicitárias para persuadi-los que o primeiro passo não precisa ser a geração de filhos.