Enviada em: 24/03/2018

Nota-se, no Brasil, a necessidade de medidas emergenciais de melhorias nas atuais políticas de planejamento familiar, tendo em vista, o alto percentual de gravidezes não desejas e a pobre educação financeira do brasileiro, culminando em um alarmante problema social: a crescente marginalização de crianças e adolescentes.       Destarte, segundo a Fundação Osvaldo Cruz, 55% das brasileiras com filhos não planejou engravidar. E quando se trata das adolescência é ainda mais preocupante: de acordo com o Fundo de População das Nações Unidas o Brasil chega a 80% de gestações não programadas, ocupando a sétima posição no ranking de prevalência da gravidez nessa idade, com maior acometimento das classes socioeconômicas mais baixas.     Assim, além do desejo e programação da gravidez, é de crucial importância a base financeira familiar, pois estima-se segundo o Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing, que os gastos educacionais por filho até os 23 anos de idade chegam em média a R$ 500 mil. As despesas se estendem ainda, no mínimo, a gastos alimentícios, com vestimentas, lazer e saúde. Sabidamente, o país não está preparado para isso, pois de acordo o Serviço de Proteção ao Crédito cerca de metade dos brasileiros não tem controle ou planejamento orçamentário.       Por fim, como pondera o compositor Cazuza na sua música "Brasil": "Fiquei na porta estacionando os carros, o meu cartão de crédito é uma navalha", o eu lírico reflete a violência e marginalização crescente, destino de grande massa da população brasileira, retratando, decerto, o deficiente planejamento familiar, persistente ao longo da história do país.       Portanto, cabe ao Estado em parceria com o Ministério da Saúde o desenvolvimento de assistência educacional e de saúde, contínuas, visando o adequado uso de métodos contraceptivos e bom discernimento financeiro, alcançando os núcleos familiares através de Equipes de Saúde da Família estendidas, além de persuasivas campanhas publicitárias. Por fim, é de bom tom, a legalização do aborto em gestações indesejadas.