Enviada em: 10/06/2018

A cultura, diferente do que o senso comum acredita, não é apenas uma forma de entretenimento, mas também uma forma de identidade e de pertencimento nacional. Apesar de serem essenciais para a formação do cidadão, os meios culturais não são acessados de forma homogênea, visto que a falta de incentivo por parte do Estado e das escolas ao contato cultural e o controle desses meios pelo sistema capitalista acabam tornando a cultura desinteressante para muitos e acessível a poucos.        Em primeiro plano, é imprescindível ressaltar que a Constituição Brasileira define que é dever do Estado garantir o acesso às fontes de cultura a todos. Contudo, o que se observa hoje é um descaso com esse compromisso constitucional. Não só o Estado, mas também as escolas incentivam, cada vez menos, a população a buscar ter contato com livros, filmes, músicas, quadros e outros meios culturais que são fundamentais para a criação do sentimento de identidade nacional no cidadão. Dessa forma, grande parte dos indivíduos, além de não possuir interesse em obras nacionais, também não se identifica com as mensagens que os artistas brasileiros buscam passar por meio de seus projetos, dado que essa parcela da população não porta um sentimento de pertencimento à cultura do país.        Cabe reconhecer, no entanto, que há pessoas que se interessam pela cultura, mas que não conseguem acessá-la devido ao valor econômico que o sistema capitalista impõe sob os meios culturais. Como o capitalismo visa ao lucro, muitos ambientes que reúnem um grande repertório sociocultural, como museus, teatros e cinemas, acabam se tornando lugares destinados apenas àqueles que possuem boas condições financeiras, uma vez que o valor de entrada a esses locais é relativamente alto. Desse modo, as pessoas de classes mais baixas são impedidas de ingressarem nesses espaços, corroborando com o problema da democratização do acesso à cultura.        Portanto, para reverter essa problemática, é necessário que os Ministérios da Cultura e da Educação e o Estado atuem em conjunto para ampliar o acesso à cultura brasileira. Isso deve ser feito por meio de campanhas, dirigidas pelo Ministério da Cultura, que informem os principais centros culturais de cada cidade, como bibliotecas municipais e praças públicas. Ao Ministério da Educação, cabe acrescentar nas agendas escolares um número maior de excursões a museus, sítios indígenas, teatros e outros ambientes em que o estudante possa ter um contato maior com a cultura. Por fim, compete ao Estado estabelecer sessões de cinema gratuitas de filmes nacionais em feriados e finais de semana, além de baratear o preço dos livros brasileiros e dos ingressos de entrada de museus, teatros e galerias. Em suma, essas ações visam à transformação da cultura em algo disponível a todos, ampliando, dessa forma, o seu acesso e tornando-a mais democrática.